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sexta-feira, 16 de abril de 2010

MURUMURU E A PATENTE

Termina sem acordo a audiência da Natura com índios ashaninka no Acre

Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada na 3ª Vara da Justiça Federal no Acre, onde a indústria de cosméticos Natura é acusada pelo Ministério Público Federal (MPF) de exploração indevida de conhecimento tradicional da etnia ashaninka da aldeia Apiwtxa do Rio Amônea, na fronteira Brasil-Peru.

Além da Natura, estão arroladas na ação civil pública com pedido de antecipação de tutela a Chemyunion Química LTDA e o empresário Fábio Dias Fernandes, proprietário da empresa Tawaya, de Cruzeiro do Sul (AC), fabricante de um sabonete com ativo de murmuru.

Embora fosse uma audiência pública, os advogados da Natura recusaram a presença da imprensa quando o procurador da República Anselmo Henrique Cordeiro Lopes comunicou-lhes que jornalistas queriam acompanhar a tentativa de acordo promovida pela Justiça Federal.

- A nossa cliente não tem o menor interesse que a audiência seja acompanhada pela imprensa - alegou um dos dois advogados da Natura. Durante a audiência, eles reclamaram da repercussão negativa que o caso estava tendo para a imagem da fabricante de cosméticos. No final, os advogados da Natura sairam pelos fundos do prédio da Justiça Federal para evitar a imprensa.

Leia mais:
Acusada de biopirataria pelo MPF, Natura enfrenta índios na Justiça Federal

A ação civil pública do MPF requer que o material pesquisado e produzido pelo empresário Fábio Fernandes seja devolvido à comunidade ashaninka, bem como apresente relatório detalhado de quais pessoas, laboratórios e empresas tiveram acesso ao material, as datas respectivas e as senhas para decodificação.

O MPF também pede que sejam declaradas nulas de pleno direito, e não produzam efeitos jurídicos, as patentes ou direitos de propriedade intelectual (inclusive marcas comerciais) concedidas ou que vierem a ser concedidas sobre processos ou produtos direta ou indiretamente resultantes da utilização de conhecimentos da comunidade ashaninka, especialmente três pedidos de patente e três pedidos de registros da marca Tawaya.

Na ação, o procurador da República José Lucas Perroni Kalil, pede a inversão do ônus da prova quanto à obtenção do conhecimento para as supostas invenções e marcas. O MPF pede que Fábio Fernandes, Chemyunion Química e a Natura sejam condenados à indenização no montante de 50% do lucro bruto obtido nos anos de exploração até o momento e pelos próximos cinco anos, a contar da data de trânsito em julgado da decisão final. Essa seria a maneira de possibilitar a equânime distribuição dos benefícios quanto à exploração de produtos com murmuru.

Outra exigência do MPF envolve o Instituto Nacional da Propriedade Industrial, para que a Justiça determine que o órgão exija a indicação da origem do acesso ao conhecimento tradicional, e subseqüente equânime distribuição dos benefícios para todo e qualquer pedido de patente ou registro que tenha por objeto marca, invenção, desenho industrial ou modelo de utilidade originado de acesso a conhecimento tradicional.

Por fim, o MPF pede que Fábio Dias Fernandes, a Chemyunion Química e a Natura Cosméticos sejam condenados solidariamente a indenização por danos morais à sociedade e à comunidade, em valor a ser arbitrado pelo juiz Jair Facundes, da 3ª Vara da Justiça Federal no Acre. O valor seria revertido, metade à Associação Apiwtxa e metade ao Fundo Federal de Direitos Difusos.

- O murmuru chegou ao conhecimento da Natura após a pesquisa que era nossa. A empresa viu o potencial dele e passou a entrar no mercado a partir de um projeto da nossa comunidade. As empresas não querem reconhecer nossos direitos porque temem abrir um precedente para outras casos. Mas nós vamos continuar lutando por nossos direitos - afirmou o líder Moisés Ashaninka, cuja expectativa é de que o juiz federal julgue o caso nas próximas semanas, embora a data da audiência de instrução e julgamento não tenho sido definida.

A Convenção da Diversidade Biológica, aprovada no país através do Decreto Legislativo n. 4, ordena a justa recompensa às populações indígenas quando houver utilização de seu conhecimento. De acordo com o MPF, baseado em Gabriela de Pádua Azevedo, “a biopirataria é a apropriação gratuita (ou quase) de um recursos biológico e/ou de um conhecimento tradicional com valor comercial, sem qualquer tipo de retorno ao país ou a comunidade detentora daquele conhecimento - uma ofensa internacional”.

Natura nega biopirataria

O jornalista Mauro Lopes, da assessoria de imprensa da Natura, disse que a reportagem do Blog da Amazônia “está tendo grande repercussão e prejudica fortemente a Natura”. Lopes enviou nota oficial, que traduz basicamente a argumentação exposta pelos advogados da Natura durante a audiência de conciliação:

“Ao contrário do que informa a reportagem do jornalista Altino Machado, publicado no Blog da Amazônia, Natura não está sendo acusada de cometer biopirataria. O Ministério Público do Acre move uma ação para identificar se houve acesso irregular ao conhecimento tradicional associado ao Murumuru por parte de um pesquisador que trabalhou com determinada comunidade indígena do Estado do Acre.

A Natura foi incluída como parte nesta ação apenas porque também possui produtos de Murumuru. No entanto, esta Ação Civil Pública é absolutamente surpreendente e estranha à Natura, que já esclareceu ao Ministério Público Federal do Estado do Acre, ter conhecido as propriedades do Murumuru por meio de estudos feitos por seus pesquisadores internos, com base em bibliografias científicas sobre as propriedades do Murumuru, existentes desde 1941.

A empresa declara que não fez acesso aos conhecimentos tradicionais nem ao ativo murumuru por meio dos índios Ashaninka. A Natura possui protocolo de pedido de autorização de acesso a patrimônio genético do murumuru junto ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), comprovando que acessou a espécie Murumuru na Reserva Extrativista do Médio Juruá, localizada no município de Carauari, Estado do Amazonas, tendo o fornecimento deste ativo esta mesma origem e não possuindo, portanto, nenhuma relação ou vínculo com os índios ASHANINKA, do Estado do Acre.

A empresa reforça seu compromisso com o uso sustentável da biodiversidade brasileira e reconhece o papel relevante de comunidades indígenas e tradicionais como detentoras de conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade.

Antecipando-se à evolução da legislação brasileira sobre o tema da biodiversidade, a Natura foi a primeira empresa brasileira a fechar acordos de remuneração sobre o conhecimento tradicional associado, realizando, inclusive, protocolo para obtenção de autorização de acesso perante o CGEN.

Com este aprendizado, sempre que a Natura pretende acessar patrimônio genético e/ou conhecimento tradicional associado solicita autorização de acesso ao Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN), firmando Termos de Anuência Prévia e Contratos para Utilização e Repartição de Benefícios com aquele que é o provedor de patrimônio genético ou de conhecimento tradicional associado a ser usado pela Natura.

Inclusive, a Natura informa que realizou diversas reuniões junto às comunidades da RESEX do Médio Juruá, com a presença do Instituto Chico Mendes e da Secretaria Executiva do CGEN, para fins de firmar o Termo de Anuência Prévia – o que já ocorreu -, documento este que comprova o acesso realizado pela Natura junto à RESEX do Médio Juruá, no Amazonas.

Não é prática da empresa apropriar-se de conhecimentos tradicionais sem reconhecer tal uso e sem seguir as exigências legais, tais como a solicitação de autorização de acesso perante o CGEN e a celebração de termos de anuência prévia e contratos de utilização e repartição de benefícios. Com relação ao murumuru, a postura da empresa não foi diferente e atendeu a legislação para realização do acesso, no entanto, o acesso ocorreu em outra região e não se relaciona, de qualquer forma, com os Ashaninkas.”

http://www.amazonia.org.br/noticias/noticia.cfm?id=301152
- 18/02/2009
Local: Rio Branco - AC
Fonte: Terra Magazine
Link: http://terramagazine.terra.com.br
Altino Machado

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Sexta-feira, Novembro 18, 2005
"MURUMURU" PATENTEADO!
Recentemente publicamos o artigo "ÓLEOS DE PLANTAS AMAZÔNICAS - PARTE 1" no qual apresentamos aos leitores informações básicas sobre as espécies nativas da região Amazônica com maior potencial para a produção de óleo vegetal com possibilidades de aplicações domésticas e industrias.

Na segunda parte do artigo planejávamos falar um pouco sobre o comércio dos óleos e das comunidades que vivem da exploração dos mesmos.

Enquanto fazia a pesquisa para a segunda parte do artigo descobri que o "murmuru" ou "murumuru", uma palmeira com frutos oleosos, encontrada no Acre e em outras áreas da Amazônia, tem três pedidos de patente depositados no INPI. Todos se referem ao aproveitamento do óleo extraído de seu endosperma, ou seja, o "coquinho branco" que fica dentro da semente.
Abaixo apresento as pessoas e os pedidos, conforme a página do INPI:

PEDIDO N° PI0301420-7

1. Data do pedido: 14/05/2003
2. Nome do depositante e inventor: Fabio Fernandes Dias (BR/AC)
3. Resumo da patente:

- Título: Formulação para sabonete de murmuru
- Descrição: PATENTE DE INVENÇAO PARA UM PRODUTO DE HIGIENE PESSOAL QUE TEM COMO ASPECTO INOVADOR A UTILIZAÇAO DE GORDURA DE MURMURU PROVENIENTE ESPECIFICAMENTE DAS ESPECIES ASTROCARYUM FARANAE F KAHN E FERREIRA E OU ASTROCARYUM ULEI BURRET E OU ASTROCARYUM MURMURU (SENDO ESTA ULTIMA APENAS UMA REFERENCIA GENERICA DAS ESPECIES UTILIZADAS).

PEDIDO N° PI0303405-4

1. Data do pedido: 15/05/2003
2. Nome do depositante e inventor: Chemyunion Química Ltda. (BR/SP)
3. Resumo da patente:
- Título: USO DA GORDURA PARCIAL OU TOTALMENTE SAPONIFICADA DOS FRUTOS DE PALMEIRAS DO GÊNERO ASTROCARYUM COMO ADITIVO PARA SABONETES E SABÕES, DESTINADA A MELHORA DA BARREIRA CUTÂNEA E AUMENTO DO PODER HIDRATANTE

- Descrição: USO DA GORDURA PARCIAL OU TOTALMENTE SAPONIFICADA DOS FRUTOS DE PALMEIRAS DO GENERO ASTROCARYUM COMO ADITIVO PARA SABONETES E SABOES DESTINADA A MELHORA DA BARREIRA CUTANEA E AUMENTO DO PODER HIDRATANTE UTILIZAÇAO DA GORDURA DE AMENDOAS DE FRUTOS DE PALMEIRAS DO GENERO ASTROCARYUM COMO ADITIVO DE SABONETE MELHORANDO A BARREIRA CUTANEA E AUMENTANDO O PODER HIDRATANTE E A PERFORMANCE GERAL DE SABONETES PREPARADOS PARA PELES NORMAIS OLEOSAS E SENSIVEIS.

PEDIDO N° PI0106625-0

1. Data do pedido: 08/10/2001
2. Nome do depositante e inventor: Chemyunion Química Ltda. (BR/SP) 3. Resumo da patente:

- Título: PATENTE DE UTILIZAÇÃO DE USO DA GORDURA DOS FRUTOS DE PALMEIRAS DO GÊNERO ASTROCARYUM, DESTINADA AO AUMENTO DA HIDRATAÇÃO/ EMOLIÊNCIA DÉRMICA E/OU CAPILAR

- Descrição: PATENTE DE UTILIZAÇAO DE USO DA GORDURA DOS FRUTOS DE PALMEIRAS DO GENERO ASTROCARYUM DESTINADA AO AUMENTO DA HIDRATAÇAO EMOLIENCIA DERMICA E OU CAPILAR REFERE SE A UTILIZAÇAO DA GORDURA VEGETAL NATURAL OU PURIFICADA E ESTAVEL EXTRAIDA DOS FRUTOS DE PALMEIRAS DO GENERO ASTROCARYUM NO AUMENTO DA HIDRATAÇAO DERMICA E OU CAPILAR EM RELAÇAO A OUTRAS GORDURAS VEGETAIS USUALMENTE UTILIZADAS A QUAL PODERA SER UTILIZADA EM PRODUTOS DE HIGIENE COSMETICOS E PRODUTOS FARMACEUTICOS.

Publicado por Evandro Ferreira 2 comentários Digg! Link Permanente Envie este artigo para um amigo

Caro Evandro,
Não sei se vc conhece, mas seria legal vc mostrar uma reportagem, intitulada "diga cupuaçu em japonês" de 2003, que evidencia o caso da patente do cupuaçu. A declaração de um produtor nessa reportagem é simplesmente esclarecedora: "Puxa! Não sabia que já estavam roubando até nome!"
A reportagem está disponível no site:
http://www.ruralnet.com.br/MeioAmbiente/default.asp?noticia=1609

Sds. - Raimundo Cláudio (rcgmaciel@bol.com.br)

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Sexta-feira, Novembro 18, 2005
QUEM PEDIU A PATENTE DO MURUMURU? (1)
O pedido PI0301420-71, é de autoria do Sr. Fabio Fernandes Dias, um físico paulista que chegou a Cruzeiro do Sul-Ac no início dos anos 90 para fazer sua dissertação de mestrado. Realizou amplo levantamento sobre as oleaginosas daquela região e depois de alguns anos criou a empresa TAWAYA. Esta empresa produz uma média de 50 mil sabonetes de murmuru por mês e compra as sementes de cerca de 700 famílias do vale do juruá (Página 20, 06/08/2005). Outro dia comprei um sabonete destes em uma lanchonete de Capixaba. É excelente!

Segundo a empresa "apenas 3 componentes são utilizados na fabricação do sabonete, sem acréscimo de nenhum conservante ou aditivo: gordura de murmuru, solução de hidróxido de sódio e essência" (Negócios para Amazônia Sustentável, WWF-Brasil).

Me parece que todo sabão, inclusive os caseiros que muitas pessoas dos vales dos rios Juruá, Purus e Acre costumam fazer, são feitos assim. Duas semanas atrás uma equipe do Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC esteve em Sena Madureira e "descobriu" que o pessoal de lá faz sabão caseiro de "jaci", uma palmeira aparentada do "uricuri", com apenas 2 igredientes: o óleo retirado dos frutos e a soda cáustica. Se quiser pode acrescentar uma fragância para o sabão ficar com cheiro agradável. Tem diferença para a patente do Sr. Fábio Dias?

Para encerrar fiquei com duas dúvidas:

1. Quer dizer que para fazer sabão ou sabonete de murmuru tem que pagar para o Sr. Fábio Dias, o dono da patente? E os seringueiros que fazem sabão em casa, também vão ter que pagar?

2. Eu e um colega francês, o Dr. Francis Kahn, fomos os descobridores de uma das espécies de "murmuru" nativas do Acre, a Astrocaryum faranae Kahn & Ferreira (como se pode ler no pedido de patente). Ela foi publicada na revista botânica Suiça Candollea V.50, p.321 - 328, em 1995. Sabemos que ela só ocorre no vale do juruá. Então pergunto: será que vamos ter direito a alguma compensação financeira já que pediram a patente usando a "nossa" espécie sem autorização?

Sarcasmos à parte, dá para se ver que é preciso ter cuidado com tudo que se faz e fala hoej em dia...

Publicado por Evandro Ferreira
ambienteacreano.blogspot.com/
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Sexta-feira, Novembro 18, 2005
QUEM PEDIU A PATENTE DO MURUMURU? (2)
A empresa CHEMYUNION tem sede em São Paulo (Fiaçao da Saúde, 40 - 10° andar CEP: 04144-020, Saúde - São Paulo) e é uma das várias empresas nacionais e estrangeiras que estão envolvidas no comércio de sementes e óleos de plantas amazônicas.

Funciona mais ou menos assim: eles mandam "emissários" à Amazônia em busca de informações sobre as espécies oleaginosas nativas e sua forma de uso pelas comunidades tradicionais. Muitas vezes não é nem preciso enviar emissários, basta ler publicações científicas (como as que já fiz...) que dizem quais são as espécies, onde ocorrem e como as pessoas usam.

Cabe aqui uma pergunta: nós, os pesquisadores, estamos apenas sendo éticos ou entregando ouro a bandidos? Provavelmente não porque alguem tem que fazer a pesquisa e alguem tem que usar os rescursos. Se não são as comunidades tradicionais, ai a questão é outra...

Depois de identificadas as espécies "mais promissoras", é feita a compra de um lote inicial de frutos para produzir em laboratório a "ficha química" da planta, ou seja, saber quais componentes elas possuem e para que servem. Depois são realizados testes da matéria-prima em diferentes tipos de cosméticos - meio caminho andado pois as comunidades tradicionais vêm fazendo, por sua própria conta e risco, os testes há muitos anos.

O próximo passo das empresas é oferecer o produto no mercado. No mercado internacional o murmuru é comercializado pela Chemyunion como "BR Forest". Vejam a página da companhia química americana NOVEON, de Cleveland, Ohio, distribuidora exclusiva nos EUA, Canadá, México e Índia.

A compra da matéria-prima na Amazônia é feita da seguinte forma (segundo a Chemyunion - minha tradução do texto original em inglês):

"Foram feitas parcerias com tribos indígenas bem organizadas para ajudá-las a melhorar seu nível de vida e ao mesmo tempo não ameaçar a "preciosa" floresta tropical. Desde a primeira compra de sementes, amêndoas, castanhas e frutos, nós temos tido a oportunidade de dar a estas tribos uma forma de renda que ajuda a restaurar sua condição de coletores, assim como suas necessidades de medicamentos, motores de popa e alimento. Nós estamos buscando desenvolver um programa de coleta sustentável de longo prazo na região, além de atender outras necessidades e serviços, preservando ainda mais a "preciosa" floresta amazônica".

Deu para entender porque para estas empresas a floresta é tão "preciosa"?

O mais curioso sobre a Chemyunion é que a sua página na internet só funciona em sua versão em inglês. A página em português está em "fase atualização" há vários dias. Fiquei curioso se a versão brasileira teria o mesmo teor do texto em inglês.

Publicado por Evandro Ferreira
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INFORMAÇÕES SOBRE OS PRODUTOS

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Óleo de sementes de Maracujá (Passiflora)

Apresenta rica composição de ácidos graxos e contém Omega seis, age auxiliando na restauração da camada lipídica da pele, conferindo emoliência e hidratação aumentando a sedosidade da pele.

Modo de usar: Pode ser usado diariamente, deixe agir por cinco min. antes do enxágüe.

Sabonete de sementes de Maracujá (Passiflora)

Relaxante e anti-stress, o maracujá é rico ácido linolêico, altamente nutritivo, emoliente e hidratante aumenta a sedosidade e maciez da pele.

Modo de usar: Aplicar suavemente na área desejada em movimentos circulares, pode ser aplicado em todo o corpo. Deixe agir por cinco min. antes do enxágüe.

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Óleo de Andiroba (Carapas guianensis)

Com propriedades emolientes e suavizante, o óleo de andiroba deixa a pele macia e lisa. Anti-séptico, cicatrizante, antiinflamatório, atua na prevenção de celulites, combate artrite, eficaz em contusões e distensões musculares, age também como repelente natural de insetos hematófagos.

Modo de usar: Usar massageando suavemente.

Sabonete de Andiroba (Carapas guianensis)

Limpa profundamente os poros da pele, eliminando células mortas e hidratando ao mesmo tempo. Asséptico, é indicado para todos os tipos de peles. É usado no tratamento de dermatoses, combate a pediculose (infestação de lêndeas e piolhos) e debela a caspa e a seborréia. Antiinflamatório, emoliente, adstringente e antialérgico, reduz os efeitos de picadas de insetos.

Modo de usar: Pode ser usado diariamente, por crianças e adultos, bem como por pessoas que trabalham em ambientes que exigem mãos sempre higienizadas. Formar espuma abundante nas mãos e aplicar diretamente na área desejada, massageando suavemente. Deixar agir por 3 a 5 minutos e enxaguar em seguida.

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Óleo de Buriti (Mauritia venifera )

Extrato oleoso obtido da polpa do buriti, fruto regional típico do norte do Brasil. Tem ação antioxidante. Rico em caroteno possui uma quantidade significante de pró-vitamina A. O óleo de buriti alivia as dores das queimaduras e revitaliza e nutre a pele cansada.

Modo de usar: Com auxílio de um algodão embebido no óleo, aplicar suavemente na área desejada em movimentos circulares. Pode ser aplicado em todo o corpo.

Sabonete de Buriti (Mauritia venifera )

Feito com óleo de buriti, sua composição confere hidratação e nutrição ao tecido cutâneo aumentando a sedosidade da pele. Indicado para todos os tipos de peles.

Modo de usar: Pode ser utilizado no corpo inteiro, deixe agir cinco min. antes do enxágüe.

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Óleo de Castanha-do-Pará (Bertholletia Excelsa H. B. K.)

Possuindo em sua composição vitaminas lipossolúveis como a vitamina A e a vitamina E, que são indispensáveis na proteção da pele, evitando o seu envelhecimento e aparecimento de rugas e flacidez. Com propriedades emolientes, hidratantes forma uma película protetora, impedindo a evaporação da água da pele.

Modo de usar: Aplicar suavemente no rosto, colo e pescoço em movimentos circulares.
Sabonete de Castanha-do-Pará (Bertholletia Excelsa H. B. K.)

O óleo de Castanha é rico em ácido oléico e vitaminas. Age no tecido cutâneo formando um filme de proteção que impede a evaporação da água da pele, mantendo a hidratação, promove toque macio e suave. Nutritivo e emoliente pode ser usado no corpo inteiro. Modo de usar: Deixe agir por cinco min. antes do enxágüe.

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Óleo de Copaíba (Copaífera officinalis. Jacq.)

O óleo de Copaíba é o mais poderoso antibiótico e antiinflamatório natural conhecido no planeta. É considerado o óleo da vida. Tem propriedades curativas, regeneradoras, nutritivas e tônicas. Regula a oleosidade da pele, deixando-a macia e saudável, agindo também como regenerador de tecidos, emoliente, anti-séptico, cicatrizante e fungicida. Auxilia no combate a infecções da pele.

Modo de usar: Com auxílio de um algodão embebido no óleo, aplicar suavemente na área desejada.

Sabonete de Copaíba (Copaífera officinalis. Jacq.)

Muito rico em beta-cariofileno, esta substancia tem comprovação científica na farmacopéia como antiinflamatório, germicida e cicatrizante. Regula a oleosidade da pele, deixando-a macia e saudável, agindo também como regenerador de tecidos, emoliente, anti-séptico e fungicida. Auxilia no combate a infecções da pele.

Modo de usar: Deixe agir por 5 min. antes do enxágüe.

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Óleo de Pracaxi (Pentaclethra Filamentosa)

A arvore, uma leguminosa, produz favas onde se encontram sementes que produzem um óleo que é um poderoso cicatrizante dermatológico, auxilia na hidratação e na renovação celular. É muito utilizado após cesarianas e outras cirurgias Combate à erisipela, estrias e manchas na pele.

Modo de usar: Aplicar durante a noite com auxílio de um algodão embebido no óleo, aplicar suavemente na área desejada.

Sabonete de Pracaxi (Pentaclethra Filamentosa)

O Pracaxi é um poderoso cicatrizante dermatológico, auxilia na hidratação e na renovação celular. É muito utilizado para higienização após cirurgias ou peles infeccionadas. Combate erisipela, às estrias e manchas na pele. Indicado para todo tipo de pele (inclusive as gestantes – prevenindo as estrias).

Modo de usar: Pode ser usado diariamente. Deixe agir por cinco min. antes do enxágüe.

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Sabonete de Cupuaçu (Theobroma grandiflorum)

O Cupuaçu é uma fruta característica da Amazônia com um excelente poder hidratante, pois tem alta capacidade de absorção de água. Recupera a umidade e elasticidade natural da pele, limpando os poros profundamente sem ressecar a pele. Sinta sua pele macia e com toque sedoso após um delicioso banho.

Modo de usar: Pode ser usado diariamente. Formar espuma abundante nas mãos e aplicar diretamente na área desejada, massageando suavemente. Deixar agir por 3 a 5 minutos e enxaguar em seguida. No corpo, aplicá-lo diretamente.

Manteiga de Cupuaçu (Theobroma grandiflorum)

A manteiga de cupuaçu é ótima hidratante, graças à sua alta capacidade de absorção de água – duas vezes maior que a da lanolina –, o que possibilita a recuperação da umidade natural da pele, age sobre o tecido cutâneo, formando um filme protetor que impede a evaporação da água na pele, promovendo hidratação e maciez a pele.

Modo de usar: Aplicar em movimentos circulares bem espalhado no rosto ou no corpo.Aplicar a noite e retirar no dia seguinte com sabonete de cupuaçu.

Sabonete de Muru-Muru (Astrocarium murumuru)

O Muru-muru é uma árvore nativa da Amazônia e sua fruta é rica em ácido oléico e altamente nutritivo, emoliente e hidratante possibilita a recuperação da umidade e elasticidade natural da pele. Indicado para todo tipo de pele.

Modo de usar: Utilizar durante o banho em suaves movimentos. Formar espuma abundante nas mãos e aplicar diretamente no rosto/face, massageando suavemente, deixar agir por 3 a 5 minutos e enxaguar em seguida. No corpo, aplicá-lo diretamente.

Manteiga de Muru-Muru (Astrocarium murumuru)

Rico em acido Láurico, miristico e oléico que contribuem para regular o equilíbrio hídrico e a atividade dos lipídeos da camada superficial da pele. Promove nutrição, emoliência e hidratação à pele e ao cabelo. Indicado para hidratação em peles normais a secas e peles cansadas. Deve usada a noite e retirada ao amanhecer.

Modo de usar: Pode ser aplicada 30 minutos antes do banho. Deve ser colocada nas mãos aonde irá derreter suavemente, aplicada em todo o corpo com movimentos circulares e firmes. No banho, utilize sabonete de cupuaçu.

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Sabonete de Ucuuba (Virola sebifera)

Com propriedades cicatrizantes e anti-sépticas, indicado em formulações para tratamento de peles sensíveis, em afecções cutâneas. É hidratante e emoliente.

Modo de usar: Pode ser utilizado no corpo inteiro, fazer movimentos circulares no rosto com espuma abundante.

Manteiga de Ucuuba (Virola sebifera)

Manteiga cerdosa de coloração marrom escuro e odor amadeirado. Manteiga de alto ponto de fusão, antiinflamatória, cicatrizantes, revitalizante e anti-sépticas. Ideal para a pele que necessita de rápida cicatrização, como a pele oleosa e acneica. È um renovador celular fantástico.

Modo de usar: Deve usada a noite e retirada ao amanhecer.

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Sabonetes com bucha vegetal, um produto de dupla utilidade:

A Bucha vegetal que envolve faz a esfoliação...

O sabonete interno que tem seus benefícios de cada tipo...


Sabonete de Maracujá: este produto de características especiais promove um peeling tonificante, limpa, amacia e hidrata a pele deixando-a agradavelmente perfumada. Elimina células morta e ativa a circulação, combate à celulite, antialérgico. É indicado para todos os tipos de peles.

Sabonete de Buriti: confere hidratação e nutrição ao tecido cutâneo aumentando a sensação de pele sedosa. O sabonete de Buriti é feito do óleo de Buriti, rico em Beta Caroteno. Tem ação antioxidante, nutri, hidrata e fortalece a pele, eliminando células mortas e ativando a circulação. Pode ser utilizado no corpo inteiro.

Sabonete de Andiroba: limpa, amacia e hidrata a pele deixando-a agradavelmente perfumada. A Andiroba confere uma característica especial, promovendo um peeling tonificante, limpando profundamente os poros da pele. Elimina células mortas, ativas a circulação, combate a celulite e hidrata ao mesmo tempo. Asséptico e antialérgico, é indicado para todos os tipos de peles.

Saudáveis e ecologicamente corretas, as buchas vegetais são recomendadas por dermatologistas para o tratamento da pele.

O produto é defendido por ambientalistas por não agredir o meio ambiente: trata-se de um produto de decomposição orgânica, ao contrário das esponjas artificiais.

http://pessoal.sercomtel.com.br/jeir/educacao.htm

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Terça-feira, Outubro 08, 2002

QUEM E MURU-MURU?

MANTEIGA DE MURU-MURU é um produto graxo natural obtido por processo de compressão a frio da semente da palmeira de Murumuru, cientificamente chamada de Astrocaryum Murumuru.

Murumuru é uma palmeira muito comum na floresta tropical, especialmente no estado do Acre e Amazonas e contém uma composição muito interessante e rica em ácidos graxos de caprílico/cáprico e láurico.

Para que serve?

O Murumuru traz inúmeras vantagens para a pele e aos cabelos.

Pele: Como é um excelente emoliente, forma uma película protetora que ajuda a pele a reter a umidade

Cabelos: Por possuir uma composição balanceada de ácidos graxos, restaura a camada hidrolipídica natural, proporcionado brilho, emoliência, hidratação e proteção aos cabelos; é ideal no tratamento de cabelos sem vida e danificados.

Estamos conversados por hoje, bom dia e beijos!

posted by Sonia @ 9:30 AM

Beleza Inteligente

http://www.belezainteligente.com.br/weblog.htm

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Balcão de Negócios

Essências Florestais
Veja anúncios de óleos de andiroba, buriti, cacau, copaíba, cupuaçu, murumuru, pau-rosa e urucum.

Fibras
Fibras de cipós titica e ambé, da piaçava e do tucum sirvem para produzir cestas, vassouras, tapetes, panéis e até móveis.

Frutos e sementes da floresta
O açai, o camucamu, a castanha do Brasil, o cupuaçu, o jauarí e a pupunha são comercializados como concentrados, polpa, palmitos, etc.

Todas Categorias
Confiram todos os anúncios (ofertas e demandas de produtos) existentes no balcão de negócios
http://www.florestavivaextrativismo.org.br/

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Linha de Produção
Murumuru disputa mercado nos EUA
Edição Impressa 75 - Maio 2002
Pesquisa FAPESP -
O fruto do murumuru (Astrocaryum murumuru), que durante 50 anos do século passado foi utilizado como gordura para produção de margarina, agora vai ser usado como matéria-prima para a fabricação de sabonetes. O alvo principal é o mercado norte-americano. À frente da fábrica Tawya Comércio de Produtos do Vale do Juruá está o físico Fábio Fernandes Dias, que saiu da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 1992, para trabalhar no Acre com uma organização não-governamental (ONG) de pesquisa indígena. Até 1995, estudou vários produtos amazônicos com potencial comercial e teve intenso contato com o murumuru, palmeira cujo fruto é desprezado pelos índios porque é duro e pouco interessa à alimentação.

Quando o contrato terminou, Fábio Dias decidiu investir no aproveitamento comercial do coco da palmeira. Para isso, bancou praticamente sozinho todos os investimentos em pesquisa e na instalação da fábrica em Cruzeiro do Sul (AC), a primeira a produzir gordura e sabonete de murumuru. Agora depende apenas do alvará da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que espera conseguir no início do segundo semestre, para a inauguração oficial da fábrica, que produz atualmente 250 mil sabonetes por ano, mas tem capacidade instalada para chegar a 500 mil, e 2 toneladas de gordura, com previsão de 10 toneladas em dois anos.

O primeiro contrato de fornecimento exclusivo de gordura in natura foi assinado com a empresa paulista Chemyunion Química, que a utiliza como componente de produtos cosméticos. A mesma gordura é a base do sabonete, batizado de Tawya, mesmo nome da localidade onde a pesquisa foi feita. Segundo Fábio Dias, "o sabonete já foi testado nos Estados Unidos, onde teve excelente aceitação". O preço médio para o mercado norte-americano está estimado em US$ 3.

http://www.revistapesquisa.fapesp.br/
?art=1089&bd=4&pg=1&lg=

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ambienteacreano.blogspot.com/
2007/09/potencial-da-palmeira-murumuru-nativa.html

Segunda-feira, Setembro 24, 2007
POTENCIAL DA PALMEIRA MURUMURU NATIVA DO ACRE
Parâmetros Biométricos dos Cachos, Frutos e Sementes da Palmeira Murmuru (Astrocaryum ulei Burret.) Encontrada na Região de Porto Acre, Acre (*)

Janice Ferreira do Nascimento (1), Evandro J. L. Ferreira (2), Anelena L. Carvalho (3) e Anelise Maria Regiani (4)

Introdução

O murmuru (Astrocaryum ulei Burret) é uma palmeira típica de áreas de florestas primárias, tanto de terra firme quanto periodicamente alagadas, podendo ainda ser encontrada em áreas secundárias (capoeiras) e pastagens cultivadas. Apresenta estipe solitário ou cespitoso, geralmente coberto com bainhas foliares persistentes em toda a sua extensão. As folhas têm bainha, pecíolo e raque cobertos por espinhos alongados, negros e achatados. As pinas apresentam coloração quase branca abaxialmente e estão regularmente arranjadas e dispostas em um mesmo plano.

A inflorescência é intrafoliar e ereta na antese e na frutificação. Os frutos (Fig. 1A) possuem forma obovada ou alongada-obovada. O epicarpo é de cor amarela quando maduro coberto por espínulos negros rígidos ou macios. O mesocarpo é carnoso, suculento e macio. O endocarpo é lenhoso (Fig. 1B), contém endosperma homogêneo de coloração branca (Fig. 1C, 1D e 1E), e é muito utilizado na confecção de biojóias. A polpa e o endosperma são utilizados na alimentação, sendo a primeira usada em menor intensidade em razão de seu alto teor de gordura, aproximadamente 40% [1]. Na época da safra os frutos são muito procurados por animais silvestres (pacas, veados e cutias). As folhas novas podem fornecer fibras [2].

A espécie está distribuída na região sul da Amazônia, já tendo sido encontrada no Brasil (Acre, Amazonas e Rondônia), Bolívia (Pando) e Peru (Madre de Dios) [3].

O objetivo deste trabalho foi fazer uma caracterização biométrica dos cachos, frutos e sementes da espécie tendo em vista o seu potencial para a produção de biodiesel em razão do alto conteúdo de óleo encontrado na polpa e no endosperma.

As análises estatísticas dos dados obtidos na caracterização, tais como média, desvio padrão, coeficiente de variação e correlação entre as variáveis observadas, podem auxiliar na coleta de cachos com maior potencial de produção de óleo.

Material e métodos

Os cacho e frutos utilizados neste estudo foram coletados na área do Projeto de Colonização Humaitá, ao longo do ramal Tocantins, no Município de Porto Acre - Acre. A escolha das palmeiras e dos cachos foi feita de forma aleatória em indivíduos que se encontravam crescendo espontaneamente em área de floresta tropical de terra firme. Foram colhidos 3 cachos maduros, oriundos de 3 plantas distintas. A avaliação foi feita no Laboratório de Sementes Florestais do Parque Zoobotânico da Universidade Federal do Acre (PZ/UFAC) em Rio Branco – Acre. Os cachos foram pesados e medidos (comprimento e diâmetro) com o auxílio de balança comum e trena. Em cada cacho foi contada a quantidade total de frutos e selecionados 100 unidades de cada para avaliação, totalizando 300 frutos.

A caracterização dos frutos incluiu a análise das seguintes variáveis: comprimento, diâmetro, e pesos do fruto inteiro, da casca, da polpa, da semente, e do endocarpo e endosperma separadamente, depois de secos em estufa por um período de 24 horas a 70ºC. Na determinação do peso foi utilizada uma balança com precisão de 0,01g e para as medidas de comprimento um paquímetro. Para a análise estatística foram usados os programas Excel 2003 e Statistica 2.0.

Resultados e discussão

Os cachos apresentaram peso médio de 8,2 kg, comprimento de 79,3 cm, diâmetro de 22,2 cm e média de 552 frutos/cacho (Tab. 1). Os frutos possuem peso médio de 12,98 g, peso da casca 2,21 g, da polpa 0,91 g, do endocarpo 4,65 g e do endosperma 3,22 g. Os resultados da caracterização individual dos frutos são apresentados na Tabela 2. A polpa representa 7,05% do peso do fruto e o endosperma 21,89%. Analisando os coeficientes de variação entre os cachos, apenas o número total de frutos apresentou grande variação.

Nos frutos, os pesos dos frutos, da casca, da polpa e do endosperma apresentaram índices de variação muito elevados (Tab. 2). As variáveis observadas apresentaram correlação alta, linear e positiva entre si (Tab. 3), as únicas variáveis que não apresentaram correlação foram o peso da polpa e o comprimento.

Os resultados obtidos nessa pesquisa demonstram que o murmuru proveniente da região de Porto Acre apresenta grande potencial para extração de óleo em escala industrial para a síntese de biodiesel, pois o óleo é extraído do endosperma, parte do fruto que apresentou maiores índices de correlação elevados com 3 de 5 variáveis analisadas. O peso do endosperma está altamente correlacionado com o diâmetro e peso dos frutos e com o peso do endocarpo. Na prática, uma rápida avaliação de frutos e sementes colhidos no chão da floresta poderão ser indicadores de cachos maiores e mais pesados, garantido, desta forma, maior quantidade de óleo vegetal.

Agradecimentos

Aos colegas do Laboratório de Sementes Florestais e do Herbário do Parque Zoobotânico da UFAC e do Núcleo Acre do Instituto Nacional de Pesquisas da
Amazônia-INPA. Ao CNPq pela bolsa oferecida.

Referências

[1] BALICK, M. J. Amazonian oil palms of promise: a survey. Economic Botany 33 (1): 11-28. 1979
[2] SCHULTES, R. E. Promising structural fiber palms of the Colombian Amazon. Principes 21 (2): 72‐82. 1977.
[3] FERREIRA, E. J. L. F. Manual das palmeiras do Acre, Brasil. Disponível em: http://www.nybg.org/bsci/acre/www1/
manual_palmeiras.html. Acesso em: 10 Agosto 2005.

Sobre os autores:

1. Graduanda de Engenharia Florestal, e bolsista PIBIC-ITI do projeto do Biodiesel da Universidade Federal do Acre (UFAC) BR-364, km 04, Bairro Distrito Industrial, CEP 69900-000, Rio Branco – Acre. E-mail: janicenascimento@gmail.com

2. Doutor em botânica, pesquisador do Núcleo de Pesquisas do Acre, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA. E-mail: evandroferreira@yahoo.com.

3. Graduanda de Engenharia Florestal, bolsista PIBIC do projeto do Biodiesel do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia – INPA (Acre). E-mail: anelenalcarvalho@yahoo.com.br
4. Professora do Departamento de Ciências da Natureza (DCN) da Universidade Federal do Acre. E-mail: anelise regiani@yahoo.com.br

(*) Artigo originalmente publicado na Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 5, supl. 1, p. 90-92, jul. 2007.
Publicado por Evandro Ferreira

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http://www.bibvirt.futuro.usp.br/
textos/didaticos_e_tematicos/frutas_no_brasil/murumuru/murumuru_01

Murumuru
Nome popular: mururu; muruí
Nome científico: Astrocaryum murumuru Mart
Família botânica: Palmae
Origem: Brasil - Região Amazônica principalmente Pará e Ilha de Marajó
Características da planta: Palmeira que cresce em touceiras, estipe que pode atingir até 10 m de altura. Estipe com espinhos pretos e caracteristicamente marcado pelas bases das folhas envelhecidas aderidas em sua superfície. Folhas com até 4 m de comprimento, de coloração esverdeado prateada. Flores muito pequenas e amareladas.
Fruto: Forma periforme, armado com espinhos curtos e finos, de coloração avermelhada quando maduro. Polpa amarela. O caroço encerra uma amêndoa dura. Frutifica de fevereiro a abril.
Cultivo: Cresce espontânea nas matas do Pará, em lugares úmidos, sendo muito freqüente na Ilha de Marajó.
O murumuru é palmeira comum na Amazônia, ocorrendo, especialmente, no Estado do Pará em terrenos alagados ou bastante úmidos, podendo ser encontrado com freqüência nas terras de várzea da Ilha de Marajó.
Palmeira de pouca altura, uma de suas principais características é o fato de seu estipe ser completamente revestido por espinhos agudos e pretos, assim como a brejaúva, outra palmeira do gênero Astrocaryum como o murumuru Seus espinhos, praticamente horizontais, chegam a ter até doze centímetros de comprimento, conferindo um aspecto bastante agressivo à aparência da inocente palmeira murumuru.
Outra característica própria e de destaque dessa palmeira é o fato de seus cachos, repletos de cocos, crescerem voltados para cima.
O fruto do murumuru é um coco de coloração avermelhada, quando maduro. Seu caroço encerra uma amêndoa dura que fica envolta por uma polpa amarelada, comestível e levemente adocicada. Para Pio Corrêa, seu cheiro e seu gosto se assemelham aos do melão.
A amêndoa do murumuru é bastante oleosa e também comestível, sendo utilizada, após processamento, como matéria-prima na industrialização de margarinas, seu principal aproveitamento comercial.

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