ACORDO BRASIL - CHINA

Presidente da AEPET MENTE sobre Acordo Brasil – China‏

De: tribunaonline@googlegroups.com
em nome de raymundo araujo

Enviada: terça-feira, 11 de agosto de 2009 18:26:18
Para:

Presidente da AEPET MENTE sobre Acordo Brasil – China

*Raymundo Araujo Filho

Se alguém me chama de mentiroso publicamente só me restaria três alternativas: 1) Por covardia me fingir de morto, 2) Processar o suposto caluniador, 3) Refutar a calúnia, com fatos concretos.

Outro dia chegou-me às mãos um farto material sobre o recém firmado acordo entre o Brasil e a China, que envolve um estranho empréstimo à vista da China ao Brasil de US$ 10 Bi, em troca de fornecimento de Petróleo cru brasileiro, para o gigante do oriente.
A contrapartida, e isso é público e está publicado em diversos veículos, e fartamente na internet, será o fornecimento de Petróleo apara a China na quantidade de 150 mil barris-dia no primeiro ano + 200 mil barris -dia nos nove anos subsequentes.

Este fornecimento nos indica, então, que o preço do barril será vendido (doado) à China por US$ 14,00 , preço perto de três vezes menos do que o preço no mercado internacional. Basta saber fazer contas de somar e dividir que chega-se a este número.

De posse desta informação, dirigi-me ao presidente da AEPET (Assoc. dos Engenheiros da Petrobrás) Fernando Siqueira que contestou com números estapafúrdios e mentirosos, que este fornecimento seria de 7 mil barris dia, e que o preço seria o de mercado, e que a informação que enviei era “uma besteira sem tamanho” (ou algo do gênero). Estas intervenções estão disponíveis na internet, no portal www.programafaixalivre.org.br, do dia 4 e 5-08-2009.

No dia seguinte, reafirmei minha informação, e ainda perguntei o que faz o presidente da AEPET pensar que a China se empenharia em um empréstimo à vista de US$10 bi, para obter apenas 7 mil barris dia, como afirmou Fernando Siqueira, de baixo do seu desconhecimento sobre o assunto. Ainda acrescentei que a Venezuela exporta para Cuba, desde 2000, algo que iniciou-se com 50 mil barris dia, e hoje beira os 100 mil (Acordo de Caracas). E acrescentei que Cuba é uma ilha do tamanho de Pernambuco, trocentas vezes menor e menos habitada do que a China, para ressaltar o tamanho da besteira dita pelo presidente da AEPET, no ar de conceituado programa de informação política e econômica, como é o Faixa Livre.

Fui novamente contestado, desta vez pelo apresentador do programa, que disse ser o valor do barril, onde reside a divergência. Hoje, pacientemente, reafirmei em recado de ouvinte as minhas contas, detalhando-as. Lamentavelmente o meu recado não foi ao ar. Não sei se por censura, ou o quê, afinal a AEPET é a principal mantenedora do programa Faixa Livre.

Esta discussão encerra uma ponta das grandes divergências que temos, sobre a condução da política levada pela a AEPET e o SINDIPETRO RJ, que insistem em ver chances do governo do presidente Lulla atuar pela soberania nacional (para usar um termo que eles adoram), levando com isso a atuação destas entidades para a franca composição com este governo entreguista, desnacionalizante de nossas riquezas, além de outras mazelas políticas, de todos nós conhecidas, e que não haveria espaço suficiente para enumerar aqui.

Fazem uma blindagem ao Lulla, que não criticam de forma alguma, aliados que são (afinal as Centrais Sindicais, assim como a UNE não recebem a bolada anual, à toa), preferindo a desinformação.

A questão do Pré Sal é típica. O que está nas mãos do Lulla e foi apresentado primeiramente aos mandatários de fora, na viagem aos EUA de d. Dilma e Edson Lobão, um dia após a tal passeata em Brasília onde juntaram-se a fina flor do peleguismo brasileiro, configurado na UNE, FUPE, SINDIPETRO RJ e a novata AEPET, pós Heitor Pereira.
Fazem críticas periféricas ao projeto do Pré Sal ora em jogo. Até com críticas corretas como a de que é um ato lesa pátria (palavras de Fernando Siqueira) a manutenção dos famigerados leilões das bacias petrolíferas, ainda mais com a exploração a mando das empresas que ganham as áreas, correndo o Brasil, o risco de ver esgotadas as suas reservas em 13 a 15 anos (palavras de Fernando Siqueira). Mas, talvez para amenizar, “reconhece” pontos positivos no projeto. Ao meu ver, Fernando Siqueira contenta-se em ver a Petrobrás não como protagonista na exploração do petróleo brasileiro, mas sim como um mero bedéu ou capataz, a 5% do extraído, como está no projeto. E ainda aceitam que a Petrobrás faça o papel ridículo de investigador “exclusivo” da real quantidade de petróleo existente, para orientar os estrangeiros, onde devem investir.

Ora! Se Fernando Siqueira teme a exoneração de nosso Petróleo muito rapidamente, por que não contesta este acordo Brasil-China que envolve a exoneração para o oriente de praticamente 200 mil barris dia, durante dez anos, ao preço (que ele insiste em ignorar) de US$14,00 o barril ?

O motivo, ao meu ver, é político. É que o Lulla acenou para uma conversa com os sindicalistas sobre o Pré Sal. Isso depois de negociar com Obama. Assim, ao meu ver, a palavra de ordem destas entidades pelegas é não abrir frentes críticas ao governo, que vivem a repetir que é razoável. Só se for pras negas deles. Para as minhas, é péssimo.

Assim, na gestão de Fernando Siqueira, a AEPET corre o risco de ser desmoralizada, pois aparelhada pelo SINDIPETRIO já está. Coisa que na gestão de um Heitor Pereira, não aconteceria, de forma alguma.

Assim, reafirmo que o presidente da AEPET MENTE sobre o acordo Brasil China, envolvendo o fornecimento doação de nosso Petróleo à China a US$14,00 o barril, três a quatro vezes abaixo do preço de mercado. Se ele MENTE deliberadamente ou não, sequer importa, pois o presidente de uma entidade como a AEPET não pode vacilar sobre os dados do Petróleo brasileiro.

Não me surpreenderei se Fernando Siqueira for chamado para algum cargo na administração da Petrobrás. Quem sabe como Capataz, da Capatazia do Pré Sal, triste papel destinado à Petrobrás. Afinal, ninguém é pelego à toa.

*Raymundo Araujo Filho é médico veterinário homeopata e acha que o Petróleo Brasileiro é muito importante para ficar apenas nas mãos dos representantes dos petroleiros.