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segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O DEFESO DO CARANGUEJO


O defeso do caranguejo.

A finalidade maior é proteger o habitat e defender a espécie.
Desta forma também se evitará a sua extinção, além de aprimorar a espécie, proporcionando que alcancem maior tamanho e peso.
A Portaria n° 125/2002 editada pelo IBAMA prevê, anualmente, o defeso no período de 1° de outubro (do ano vigente) a 31 de março (do ano seguinte), cinco meses de proteção (Rio de Janeiro) em que fica proibido capturar, manter em cativeiro, transportar, beneficiar, industrializar e comercializar as fêmeas do crustáceo.

A largura mínima da carapaça (casco) do caranguejo (machos e fêmeas), permitida para cata, durante o ano todo, não poderá ter menos do que 6 cm segundo a orientação do órgão federal, que também proibiu a retirada de partes isoladas dos caranguejos, quando de sua captura, cujo método ficou restrito ao chamado “braceamento”, com auxílio de gancho ou “cambito” com proteção na extremidade, além de proibir a venda de fêmeas “ovadas”. As multas em casos de infração variam de R$ 700,00 a R$ 100 mil. Os caranguejos apreendidos vivos pelo Ibama serão devolvidos à natureza.

A grande procura por este crustáceo (por mês são comercializados milhares), aliada à extração desenfreada, acabará colocando o caranguejo no mesmo patamar das lagostas, exigindo, por exemplo, um defeso maior.

O nível de conscientização entre os consumidores de caranguejos está melhorando a cada ano, por compreenderem a necessidade da preservação da espécie, tanto que as pessoas bem informadas não consomem as fêmeas ovadas e só comem os grandes, com mais de 6cm de tamanho, e demonstram conhecer a importância dos crustáceos para o ecossistema.

A fiscalização deve no período do defeso a se intensificar no habitat (manguezais) e nos pontos comuns de venda (próximo às peixarias, mercados, sacolões e feiras). Assim, todo o período terá a atenção devida, inclusive durante a andada (a saída da espécie da toca para o acasalamento).

O “red-crab” ou o caranguejo de águas profundas, é uma outra espécie, que de uma pata a outra, o crustáceo pode atingir um metro de comprimento, e tem um sabor mais adocicado. Pescado a cerca de seis horas da costa brasileira, o crustáceo só é encontrado a 800 metros de profundidade, cuja a embarcação é uma adaptação e tem capacidade para até 12 toneladas e o crustáceo é capturado com um tipo de manzuá usado na pesca da lagosta.

Outro problema a ser resolvido com relação ao “caranguejo-uçá” é que o destino de 50% deles é o lixo.

Anualmente, quase 50% dos seis milhões de caranguejos que vêm para o Ceará do seu principal fornecedor — a região do Delta do Parnaíba — vão para o lixo, por problemas no manuseio, estocagem, transporte e na captura. 3 milhões desses crustáceos deixam de ser aproveitados. Como o que o Ceará importa do Delta representa, aproximadamente, 90% do que se consome no Estado, não é exagero dizer que poderia se aproveitar quase o dobro do que hoje se utiliza efetivamente.

A captura anual no Baixo Parnaíba é de 20 milhões.

O risco de extinção é iminente se não houver conscientização do consumidor e dos comerciantes e apanhadores. O tempo exige que todos se unam por um desenvolvimento sustentável. A proteção do caranguejo-uçá, guaiamum, caranguejo azul, ou qualquer outra espécie no Brasil deve ser levada a sério, com a participação geral.

A união do IBAMA com a EMBRAPA na solução dos problemas e nas ações futuras devem ser mais que entendidas, devem ser assimiladas naturalmente, e ganhar apoio de todos.

A Linha Verde é uma atividade da Ouvidoria do IBAMA, mais conhecida como a Central de Atendimento - 0800-618080, ligação gratuita, disponibilizada para todo o Brasil, onde o cidadão poderá se manifestar em relação às ações do IBAMA.


PORTARIA - 000125
INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS - IBAMA

Data: 25/09/2002

Estatus: EM VIGOR

Fonte: PUB DOFC 26 09 2002 000082 1

Resumo: PROIBIR, ANUALMENTE, A CAPTURA, A MANUTENÇÃO EM CATIVEIRO, O TRANSPORTE, O BENEFICIAMENTO, A INDUSTRIALIZAÇÃO O ARMAZENAMENTO E A COMERCIALIZAÇÃO DA ESPÉCIE CARDISOMA GUANHUMI, CONHECIDO POPULARMENTE POR CARANGUEJO, GUAIAMUM, GOIAMÚ, CARANGUEJO AZUL, CARANGUEJO DO MATO, ORIUNDO DOS ESTADOS DO ESPÍRITO SANTO, RIO DE JANEIRO, SÃO PAULO, PARANÁ E SANTA CATARINA.

Indexação: PORTARIA / PROIBIÇÃO / CAPTURA / MANUTENÇÃO / TRANSPORTE / CATIVEIRO / COMERCIALIZAÇÃO / BENEFICIAMENTO / INDUSTRIALIZAÇÃO / CARANGUEJO

sábado, 27 de setembro de 2008

PLANOS DE SAÚDE - PORTABILIDADE


PLANOS DE SAÚDE

Proposta da ANS para portabilidade de carências em planos de saúde decepciona

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) colocou em consulta pública nesta segunda-feira, dia 22/9, uma proposta de norma para a portabilidade de carências de planos de saúde.

A portabilidade de carências é a possibilidade do consumidor mudar de plano de saúde sem cumprir novas carências - prazo durante o qual não se pode acessar determinados procedimentos, como consultas, exames e cirurgias.

"A ANS demorou anos para elaborar regras de portabilidade de carência. Quando finalmente parece que vai sair das promessas, deparamo-nos com uma proposta decepcionante, que abrange apenas 13% de todos os consumidores que têm plano de saúde", afirma a advogada do Idec especialista em planos de saúde, Daniela Trettel.

"Se com a portabilidade de carências o objetivo é assegurar a opção do consumidor e a concorrência no mercado, a proposta da ANS é um equívoco", complementa Karina Grou, Gerente Jurídica do Idec.

A existência de portabilidade de carências é uma solicitação antiga dos consumidores, já exigida pelo Idec desde o início das atividades da Agência e da Câmara de Saúde Suplementar (órgão consultivo da ANS), em 2000, quando fazíamos parte de sua composição.

O Idec contribuirá com a consulta pública, a fim de que a norma que trata da portabilidade de carências tenha regras que a tornem efetiva.

Veja os principais problemas e o entendimento do Idec, que parte do pressuposto de que a portabilidade deve ser irrestrita e permitir a maior mobilidade possível entre os planos:

Propostas da ANS

° Mobilidade apenas para contratos novos (assinados a partir de 2 de janeiro de 1999)
° Portabilidade somente entre contratos individuais
° Mobilidade somente em 1 mês por ano (mobilidade deve ser exercida pelo beneficiário no período entre o mês de aniversário do contrato e o mês subseqüente)
° Restrição da portabilidade apenas entre planos similares (cuja classificação ainda será elaborada pela ANS) e de faixa de preço igual ou inferior
° Para poder exercer a portabilidade, o consumidor precisa ter permanecido por um prazo mínimo no plano do qual quer sair, que varia entre 2 e 3 anos

Propostas do Idec

° Inclusão dos contratos antigos
° Inclusão dos contratos coletivos, que são mais de 72% do total de planos de saúde
° Mobilidade o ano inteiro
° Possibilidade de portabilidade entre todos os tipos os tipos de contrato. Pelas novas coberturas a pessoa paga uma mensalidade maior por determinado período, ou cumpre carência parcial
° As carências devem ser cumpridas apenas para entrar no sistema de planos de saúde. A pessoa deve levar as carências que cumpriu se muda de planos. Se cumpriu tudo, não precisa mais cumprir novas carências. Se cumpriu apenas parte em uma operadora, cumpre o restante na nova

Carências permitidas pela Lei

As regras atuais sobre carência são as seguintes:

° Nos contratos de planos de saúde firmados a partir de 1999 os períodos de carências estão descritos na Lei. São 24 horas de carência para urgências e emergências; 180 dias para consultas, exames, internações, cirurgias e demais casos. Na prática, os contratos estabelecem prazos menores para consultas e exames mais simples. Partos têm carência de 300 dias, com exceção do parto prematuro. Este caso será tratado como um procedimento de urgência e, portanto, deverá ser coberto.
° No caso das doenças e lesões preexistentes a carência para diversos procedimentos está fixada em dois anos.
° Nos planos coletivos empresariais (que têm adesão automática dos usuários) com 50 participantes ou mais, a exigência do cumprimento de carência não é permitida. Se o número for inferior a 50 pessoas será exigido cumprimento de carência de acordo com os prazos máximos estabelecidos pela Lei. Já nos planos coletivos por adesão, independente do número de integrantes, a carência pode ser exigida.
° Está assegurada, com isenção de carência, a inscrição do filho natural ou adotivo de titular de plano com cobertura obstétrica. Mas preste atenção: a inclusão da criança tem que ocorrer no máximo 30 dias após o nascimento ou a adoção. Porém, isso só será permitido depois do cumprimento, pelo titular do plano, de carência de 300 dias para a realização de parto.

23 de Setembro de 2008 - IDEC EM AÇÃO

http://www.idec.org.br

ALEXIS STEPANENKO‏

De: tribunaonline@
em nome de marcos ferreira pinto basto (marcospintobasto@)
Enviada: domingo, 21 de setembro de 2008 21:36:38
Para: Cristina Medeiros (crismmed@)

Amiga Cristina, esse pré-sal vai dar petróleo de montão, tanto que a OPEP vai mudar a sede na Suiça para a cidade natal de Lula, no interior de Pernambuco, onde pensam erigir uma estátua gigante em homenagem ao ilustre filho da terra, bem como uma escola superior para a formação de estadistas com todo o know-how e software do bendito!
Vamos rir, pra não chorar de raiva.
Um abraço
Marcos Pinto Basto

Data: Fri, 19 Sep 2008 17:40:52 -0300
Assunto: Fw: ALEXIS STEPANENKO
...conforme recebi !
Você lembra do Alexis Stepanenko?
Foi Ministro das Minas e Energia do Pres. Itamar Franco.
Veja a carta abaixo:

Caro Itamar Franco,

Tenho que tirar o chapéu para a capacidade do Presidente Lula em criar novidades sobre as coisas antigas.

Quando eu era o Ministro de Minas e Energia em seu Governo, a Petrobras já sabia da existência destas reservas que iam de Santos a Santa Catarina.
O problema é que estão a mais de 2.500m de profundidade e, hoje, foi comprovado que se encontram a mais 3.200m.
Qual era problema? Em 1993, não havia (nem hoje h?), tecnologia para se chegar a essa profundidade. Apenas no ano passado conseguimos chegar a 2.000m, a uma pressão dágua bárbara.

Comentei contigo que tínhamos reservas, mas não tecnologia para chegar l? mas o CEMPES estava trabalhando para conseguir perfurar a essa profundidade.
Segundo os geólogos da Petrobras nas priscas eras os continentes da América do Sul e da África se separaram. Nesta separação a costa ocidental da África (Nigéria, Angola, Guiné etc.) ficou com o petróleo mais perto da superfície e nós em águas profundas. Contudo, um dia chegaríamos a retirar petróleo destas nossa águas e o País seria independente.

Pois bem, ontem a Dilma anunciou essa 'grande descoberta', prevista para produzir petróleo daqui a 8 anos! Essa profundidade, que nunca foi alcançada por ninguém, apresenta enormes desafios de engenharia para resolver a pressão dágua, a resistência de materiais, sondas adequadas etc.

A engenharia da Petrobras tem trabalhado nestes problemas, mas não encontrou ainda todas as soluções. Contudo acho que estão prevendo que em 2015 terão desenvolvido e dominado a tecnologia para esta profundidade. Hoje, a Petrobrás não tem.

Estima-se que este petróleo deve ter um API de menos de 30? Talvez 25? O que é isso? Petróleo muito pesado, parecido com o da Venezuela, mais custoso de refinar, pois rende 20% de combustíveis de cada barril extraído.

O custo médio atual no Brasil, desse petróleo, para a Petrobras deve estar por volta de USD$ 12 a 13,00. O petróleo leve, como o encontrado no Oriente Médio, rende 50% de combustíveis e custa talvez USD 1 a 2,00 o barril.
Onde se vê como é um negócio de grandes lucros movido por uma especulação desenfreada na economia globalizada.

Claro que ao preço do barril de petróleo a USD $120 a 125,00 vale a pena extrair óleo até das areias de xisto como fazem agora os canadenses.
A mídia e o povo com essa 'descoberta' estão euforicamente enganados.
Nem se fala mais no problema do gás. O Sauer, que era o Diretor de Gás da Petrobras, nunca gostou de gás por ser um especialista em hidrelétricas...
Em nossa época, tivemos o pudor de não anunciar algo que era impossível de extrair, da mesma forma que nunca falamos dos 2.000 pontos de ouro na superfície que poderiam ser encontrados na Amazônia etc. e tal.

Questão de pudor e de seguir a sua orientação de não chutar a torto e a direita para não criar falsas esperanças e especulações nas bolsas de valores.
Não creio que os técnicos da Petrobras quisessem divulgar a 'descoberta'. Devem ter sido pressionados para dar uma noticia que acabasse com a 'crise do gás'. E assim vamos, no vai da valsa...

Abraços,
Alexis Stepanenko

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

CAMPUS PARTY BRASIL


Campus Party apresenta sua segunda edição no Brasil

SÃO PAULO - Campus Party é considerado o maior evento de inovação tecnológica e entretenimento eletrônico em rede do mundo. Um encontro anual realizado desde 1997 na Espanha, que reúne durante sete dias milhares de participantes com seus próprios computadores procedentes de diversos países, com a finalidade de compartilhar curiosidades, trocar experiências e realizar todo tipo de atividades relacionadas a tecnologia, a cultura digital e ao entretenimento em rede.

Pela Campus Party já passaram convidados de destaque como o astronauta Neil Armstrong, primeiro homem a pisar na Lua, em 1969, Eveline Herfkens, coordenadora geral da Campanha dos Objetivos do Milênio das Nações Unidas, Stephen Hawking, o grande físico britânico que, através de um vídeo, inaugurou a edição do evento no seu décimo aniversário.

Os participantes da Campus Party mudam-se com seus computadores, malas e barracas para dentro das instalações do evento. Lá encontram uma completa infra-estrutura de serviços, lazer, higiene, segurança, alimentação e, principalmente, tecnologia. Durante uma semana a Campus Party transforma-se na casa de todos.

Participam do evento estudantes, professores, cientistas, jornalistas, pesquisadores, artistas, empresários e curiosos. Todos buscam as últimas novidades tecnológicas, a troca livre de conteúdos e o compartilhamento de experiências ligadas ao mundo digital.

É um público composto por líderes de comunidades on line extremamente ativas na sociedade em rede, com enorme poder de formar opinião e criar tendências. Um público de vanguarda, trendsetter, que antecipa o futuro da nova economia e os caminhos da tecnologia da informação.

As inscrições para a segunda edição da Campus Party Brasil, que acontece de 19 a 25 de janeiro de 2009, em São Paulo, serão abertas ao público no dia 26/9 no site www.campusparty.com.br.

24/09/2008 - JB Online

quarta-feira, 24 de setembro de 2008


É bem didático, ilustrativo e esclarecedor.

Voto Nulo (voto válido) X Voto em Branco

O cidadão tem a opção de escolher um candidato como tem a opção de não escolher nenhum, se entender que nenhum candidato merece o seu voto.

Aí entram os dois outros tipos de voto: o Em Branco e o Nulo.

Em Branco não significa que o eleitor não escolheu nenhum candidato, mas sim que ele abdica de seu voto.
Não é ato de contestação e sim desconformismo.

Os votos em branco significam "tanto faz" e são acrescentados ao candidato de maior votação no último turno.
Exemplo:
Se existem dois candidatos "Bonzinho" e "Ruinzinho":
"Bonzinho" termina com 52% dos votos;
"Ruinzinho" recebe 35%;
10% são votos em branco e;
3% são nulos,

Isso significa que 3% dos eleitores não querem nem "Bonzinho" nem "Ruinzinho" no poder, mas 10% dos eleitores estão satisfeitos tanto com "Bonzinho" como com "Ruinzinho", o que vencer está bom. Assim o "Bonzinho" tem uma aceitação de 62% (52%+10%) do eleitorado.

Já o Voto Nulo é um protesto válido. Ele quer dizer que o eleitor não está satisfeito com a proposta de nenhum candidato e se recusa a votar em um ou outro, a existência dele permite que o eleitor manifeste a sua insatisfação.

O voto nulo, ao contrário do que parece, é um voto válido. Ninguém fala dele, nem mesmo nas instruções para votação.

Explicam como votar em um candidato ou como votar em branco, mas ninguém explica como anular um voto...

Para anular um voto é preciso digitar um número inexistente no número do candidato.

Se um eleitor votar em branco, o terminal avisa "Você está votando em branco" e então pode confirmar, ou corrigir.
Mas se o eleitor coloca um número inexistente num terminal, ele acusa "Número incorreto, corrija seu voto".
Assim, os votos nulos são desencorajados.
Mas basta apenas CONFIRMAR o número inexistente, e seu voto será considerado NULO.

Por que os votos nulos são desencorajados?
Por que ninguém fala deles???
Porque, se na eleição entre "Bonzinho e "Ruinzinho",

"Bonzinho" terminasse as eleições com 39% dos votos e;
"Ruinzinho" com 31%;

10% de brancos e;

18% nulos.

As eleições teriam que ser repetidas e nem "Bonzinho" e nem "Ruinzinho" poderiam participar das eleições naquele ano.

Se nenhum dos candidatos conseguirem a maioria (mais de 50%) no último turno, as eleições têm que ser canceladas!

Os candidatos são trocados e novas eleições têm que ocorrer.

Ou seja, o voto nulo, do qual ninguém fala e que o terminal acusa como "incorreto", é o único voto que pode anular uma eleição inteira e remover do cenário todos os candidatos daquela eleição de uma só vez.

Então, contribuindo para a campanha por um voto consciente, se alguém estiver votando em "Bonzinho" ou em "Ruinzinho", mas preferia não votar em nenhum dos dois, pode optar pelo voto "incorreto", o voto nulo.

Quem sabe um dia, "Bonzinho" e "Ruinzinho" saem do cenário e os eleitores podem votar em "Melhorzinho" .

Obs:

Faça uma escolha consciente, pense bastante, e veja quem merece o seu voto

A final se você quer ver sua vontade respeitada tem que se fazer respeitar, fazendo a escolha consciente do seu candidato. Esta é a arma que temos, e que por muito tempo ficamos sem ela. Valorize o seu voto, fazendo a escolha que você tem direito.

Lembre-se que o candidato que for eleito estará recebendo um cheque em branco dado por você.

E acima de tudo NÃO SE OMITA, pois outras pessoas neste exato momento podem estar se organizando visando interesses, muitas vezes, opostos aos da coletividade, e do Bem-comum, e se dermos oportunidade, candidatos do tipo "Ruinzinho" para pior podem ser eleitos às custas de nossas omissões.

Paz, força e alegria,
Eduardo França

terça-feira, 23 de setembro de 2008

PRIMAVERA


HOJE, 23 DE SETEMBRO DE 2008, COMPLETO MEUS 60 ANOS, NA ENTRADA DA PRIMAVERA, PARA MEUS IRMÃOS O EQUINÓCIO, E DEIXO PARA VOCÊS UM PRESENTE DE CECÍLIA MEIRELES:

Primavera

Cecília Meireles

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera.

Texto extraído do livro "Cecília Meireles - Obra em Prosa - Volume 1", Editora Nova Fronteira - Rio de Janeiro, 1998, pág. 366.

Saiba tudo sobre a vida e a obra de Cecília Meireles visitando "Biografias".

http://releituras.com/cmeireles_primavera.asp

Aos IIr. que mandaram e-mails e telefonaram, sinceros agradecimentos pelas lembranças e mensagens. T.F.A.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

O VALOR DA VÍRGULA


O valor da virgula ‏

De: Mario Figueiredo (m.figueiredofilho@)
Enviada: sexta-feira, 19 de setembro de 2008 22:03:43
Para: bebel paulo smes ; danihell_aracranios@; Luiz Advogado; marcus.stanley; Vania rodrigues ; rafa_paco@;

Sobre a Vírgula

Muito legal a campanha dos 100 anos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

1. Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
Não, espere.
Não espere.

2. Ela pode sumir com seu dinheiro.
23,4.
2,34.

3. Pode criar heróis.
Isso só, ele resolve.
Isso só ele resolve.

4. E vilões.
Esse, juiz, é corrupto.
Esse juiz é corrupto.

5. Ela pode ser a solução.
Vamos perder, nada foi resolvido.
Vamos perder nada, foi resolvido.

6. A vírgula muda uma opinião.
Não queremos saber.
Não, queremos saber.

Uma vírgula muda tudo.

ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da sua informação.

Detalhes Adicionais. Onde vc colocaria a virgula na frase abaixo:??????????????????

SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA DE QUATRO À SUA PROCURA.

- Se você for mulher, certamente colocou a vírgula depois de MULHER.
- Se você for homem, colocou a vírgula depois de TEM.

21 DE SETEMBRO - DIA DA ÁRVORE


Hoje, 21 de setembro, é comemorado o Dia da Árvore.

No Município de Maricá não existe uma Secretaria de Meio Ambiente, e não há uma coordenação que vise comemorações de tamanha importância, tanto que não há órgão do meio ambiente capaz de trabalhar em consonância com outro órgão, por exemplo a Secretaria de Educação, onde as escolas, algumas, por iniciativa e atividade isolada, programam eventos, incentivando os alunos a plantar e cuidar de árvores. Não basta ter em cada escola uma horta para servir de exemplo. Ensinar a técnica de plantio e de poda é mais importante, além de conscientizar a criança, o adolescente, o jovem, da real necessidade de um meio ambiente saudável e do desenvolvimento sustentável.

Diz a máxima que o homem para estar plenamente realizado tem que ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. Certamente que este pensamento é mais antigo que a Pedra do Silvado. Mas nem assim o homem aprende, ou, pelo menos, os nossos governantes responsáveis por sucessivos (des) governos em nossa Cidade.

Escolher a espécie ideal de árvore para se plantar no centro da cidade é tarefa para uma Secretaria de Meio Ambiente planejar e coordenar em conjunto com uma Secretaria de Urbanismo. Não se deve plantar apenas uma espécie, como se fosse um modelo, uma escolha padrão, mas diversas espécies e adequadas a cada setor, zona ou área tida como destinatária.

No centro não há árvores suficientes. As poucas que existiam foram ceifadas por conta de podas sem orientação e acompanhamento de técnicos especializados. A motosserra está em mãos de terceiros que andam dizimando árvores acobertados por gente de dentro do (des) governo, e a motosserra foi adquirida pela Secretaria de Fazenda. Quem não se lembra do exemplar de Pau Brasil na Praça Prefeito Orlando Pimentel, ao lado da Casa de Cultura? Mas quem lembra de quem partiu a ordem de podá-la? A poda virou assassinato encomendado! E tal crime se repete a cada dia em nossa cidade, em todo o Município. Até quando?

Há pessoas que matam árvores em frente a sua própria casa sob o argumento de que suas folhas sujam muito a calçada e dá trabalho de todos os dias ter de varrer. Isto é argumento?

Hoje também é Dia de S. Matheus. Então façamos um pedido para que o Santo ajude a Cidade iluminando as mentes destes governantes desleixados.

sábado, 20 de setembro de 2008

CARREATA DE PAULO MAURÍCIO


A carreata foi prestigiada. O eleitorado foi fiel, segundo assessores presentes.

CARREATA DE PAULO MAURÍCIO EM MARICÁ


CARREATA DE PAULO MAURICIO

A Cidade foi surpreendida pela carreata organizada pelos amigos e eleitores de Paulo Maurício, candidato a vereador em Maricá.
Não se sabe, ainda, quantos veículos participaram, mas até o momento foi recorde absoluto dentro de Maricá. Pela extensão, em determinado tempo, estendia-se desde a entrada de Maricá (Maminha de Ouro) até a Praça Cinco (antiga entrada), ou seja, quase dois quilômetros. E durante o trajeto foi ganhando mais adeptos percorrendo a rodovia Amaral Peixoto até Ponta Negra, e daí retornando a Barra de Maricá.
Na Cidade muita gente surpreendida com a manifestação do eleitorado que acredita no potencial do atual vereador e presidente da Câmara Municipal. Quem presenciou a manifestação apostava que o candidato Paulo Maurício era o mais forte candidato a reeleição e talvez o único a ter condições de sair candidato a deputado representando o Município de Maricá.

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

INSTITUTO AMBIENTAL RECICLAR


marikaa_in_foco
DIA MUNDIAL DE LIMPEZA
tem um comentário novo.‏
De: Instamb (noreply-comment@blogger.com)
Enviada: quinta-feira, 18 de setembro de 2008 17:42:16
Para: marcus.stanley@hotmail.com
Instamb deixou um novo comentário sobre a sua postagem "DIA MUNDIAL DE LIMPEZA":

Antes de tudo, faço aqui a nossa apresentação: Somos o Instituto Ambiental Reciclar, organização não governamental de caráter sócio-ambiental, fundada e legalizada no ano de 2005, com sede (ainda não própria) em Maricá.
Uma instituição séria, disposta a fazer um trabalho que realmente beneficie o Meio Ambiente e aumente a Qualidade de Vida do Ser Humano.
Deixo aqui postado o nosso endereço eletrônico para que possam ter conhecimento sobre nosso trabalho. Para aqueles que são de Maricá peço especial atenção no setor serviços, nos links: Projeto “Pequenas Ações para Grandes Resultados” Coleta de Óleo Vegetal Usado - RJ / Projeto "BILAMB" (Bibliotecas de Leitura Ambiental) Maricá - RJ.

A participação determina o tamanho do Projeto.

Para maiores esclarecimentos estamos à disposição.

Obrigado pelo espaço e atenção.

Rosangela Candida
Diretoria Geral
www.iar.org.br
diretoriageral@iar.org.br

(21) 2648-3820

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

DIA MUNDIAL DE LIMPEZA


Estudantes recolhem lixo na praia no Dia Mundial de Limpeza

RIO - Mais de 150 voluntários, a maioria professores e alunos do Ensino Médio, promovem às 10h deste sábado, “Dia Mundial de Limpeza”, um grande mutirão de recolhimento do lixo da Praia de Copacabana, no trecho em frente à Rua Santa Clara. A campanha, que terá a presença da secretária do Ambiente, Marilene Ramos, vai marcar a participação do Governo do Estado nas comemorações do Clean Up The World, uma das atividades ambientais mais pró-ativas em âmbito mundial, realizada em mais de 125 países.

No Rio, as comemorações começam sexta-feira, com o lançamento, pela Secretaria do Ambiente, do projeto Contador de Árvores, no Jardim Botânico, e a visitação de vários alunos de diferentes escolas ao Encontro das Águas, Espaço do Ambiente também da Secretaria do Ambiente, na Lagoa Rodrigo de Freitas.

Os estudantes farão a limpeza simbólica da Lagoa, assistirão a palestras e exibições do Teatro de Bonecos, do Grupo Catavento.

Para este sábado, a Secretaria do Ambiente, Serla, Feema e IEF programaram atividades em alguns municípios como Niterói, Campos, Macaé, Friburgo, Petrópolis e Teresópolis, envolvendo prefeituras, a sociedade civil organizada, sobretudo por meio das associações de moradores, de pescadores, ONGs, escolas, empresas e corporações de excelência em responsabilidade sócio-ambiental.

O objetivo é promover mutirões de limpeza nas praias, rios, canais, lagoas, baías e manguezais: replantio de sementes e mudas originárias da Mata Atlântica; estímulo ao manejo em áreas de proteção permanente e, sobretudo, ações de educação ambiental.

O “Clean Up World” teve início na Austrália e começou no Rio em 2003, com a campanha Limpeza na Praia, promovida pelos institutos Aqualung e Lagoa Viva, nas praias de Copacabana e da Barra da Tijuca, e a revitalização da bacia hidrográfica da Barra da Tijuca e Jacarepaguá. A ação tornou-se permanente na agenda anual do Pacto de Resgate Ambiental do Governo do Estado do Rio, da qual participam também dezenas de entidades.
18/09/2008 - JB Online

Nota/Comentário: Maricá não tem sequer uma Secretaria de Meio Ambiente. E nem a tal Superintendência funciona, subordinada, vinculada, omissa, relegada a segundo plano. Triste final de (des)governo. O Município vem perdendo verbas por conta do descaso com o Meio Ambiente e por não ter uma Secretaria própria, competente.
Alôoooooooooooo!!!! sr. superintendente. Corra, e tente fazer alguma coisa válida!

terça-feira, 16 de setembro de 2008

ÁGUA MINERAL DO MAR


Água mineral feita a partir do mar chega aos EUA.

Moradores de Miami, na Flórida (EUA), poderão a partir do próximo mês entrar em lojas de conveniência da cidade e levar pra casa uma nova garrafa de água mineral, a H2Ocean. Seria apenas mais uma marca no mercado, não fosse por um detalhe: a H2Ocean é feita a partir da água do mar, com aplicação da nanotecnologia.

E mais. O processo foi desenvolvido por brasileiros. A H2Ocean nasceu da experiência de dois cientistas, que começaram a desenvolver a tecnologia de controle de minerais em água dessalinizada.

Isso ocorreu há dez anos. Em seguida, somaram-se à dupla outros dois sócios. Em 2003, eles conseguiram a patente do processo e passaram a bater de porta em porta para tentar comercializar a água. 'Ao longo de dez anos, foram investidos cerca de US$ 2 milhões na companhia', diz Rolando Viviani, gerente de marketing da H2Ocean. Segundo ele, todas as pesquisas foram feitas com recursos próprios dos quatro sócios. Seus nomes, por enquanto, são mantidos em sigilo.

No início, o objetivo da H2Ocean era vender a água 'nanotecnológica' no Brasil. A empresa alega ter procurado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2006 para realizar o pedido de registro do engarrafamento do produto.

A resposta teria sido a de que não há legislação específica para que esse tipo de água seja vendido no país por conta da sua fonte: o mar.

Procurada, a Anvisa informou que a H2Ocean nunca entrou com um
pedido de registro.

A empresa, entretanto, enviou ao Valor fac-símile da página da Anvisa na internet em que aparece o número do processo do registro e do protocolo, em nome de Aquamare Beneficiadora e Distribuidora de Água.

A data de entrada é de outubro de 2006 e o pedido foi negado em março do ano passado. Em dezembro, a mesma Aquamare fez uma segunda tentativa, enviando uma carta à Anvisa em que pedia esclarecimentos sobre o que fazer para obter o registro.

A resposta veio quatro meses depois, com a indicação de que a empresa deveria 'importar' uma legislação sobre o assunto.

Ao Valor, a Anvisa também informou que 'a empresa interessada na
produção (...) de água dessalinizada deve apresentar, preferencialmente por intermédio de uma associação, proposta de regulamentação para avaliação pela Anvisa'.

As dificuldades para se obter o registro no Brasil levaram a H2Ocean a mudar de estratégia. A empresa continua interessada em obter a aprovação da Anvisa, mas decidiu priorizar a busca por novos mercados.

A opção foi pelos EUA. 'O registro da empresa saiu em três horas e a água foi analisada em 15 dias.


Nos EUA, conseguimos resolver em três meses tudo o que não conseguimos aqui em quatro anos', afirma Viviani. O Valor, porém, não teve acesso ao registro obtido no exterior.

A venda da H2Ocean começa nos Estados Unidos em agosto, em três estados: além da Flórida, Nova Jérsei e Atlanta. Foram embarcados oito contêineres do produto, feito inicialmente na fábrica de Bertioga, litoral sul de São Paulo. A unidade poderá ser desativada em breve. A produção deve ser transferida para os EUA no fim deste ano.

A nanotecnologia foi o instrumento utilizado pela H2Ocean para transformar a água do mar em água mineral dessalinizada. A água dos oceanos é rica em micro e macro nutrientes, como o boro, o cromo e o germânio - elementos dos quais o corpo humano necessita, em pequenas doses.

Com a nanotecnologia, a H2Ocean conseguiu, a partir da água recolhida em alto mar, retirar o sal e manter grande parte dos minerais.
Para chegar a esse resultado, os cientistas criaram um filtro com nanotecnologia aplicada, o nanofiltro.

O processo inicial é o mesmo que se faz desde a década de 1940: a dessalinização. Depois de retirado o sal, restam duas opções, segundo Viviani: 'Ou todos os minerais são retirados da água ou ela continua salgada'.

Com uma seqüência de nanofiltragens, a H2Ocean conseguiu manter 63 dos 86 minerais contidos na composição inicial. Surgiu a água do mar mineral.

Ação Maçônica Internacional - AMI

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

PLANO DE METAS DE GOVERNO - EDIÇÃO 5


PLANO DE METAS DE GOVERNO
(se eu for candidato...)
(mas... podem copiar)
* “Na vida nada se cria, tudo se copia” -
by “Chacrinha”.
(Obs.: qualquer semelhança é mera coincidência)

I - Geral

° Priorizar a educação, causa de salvação nacional, incluindo alimentação, acolhimento e assistência a todas as crianças, escolarização em tempo integral;
° Trabalho digno e assistência à saúde;
° Salário justo para servidores municipais;
° Defesa do patrimônio público e das riquezas naturais;
° Reorganizar e revitalizar a agricultura em torno da pequena e média propriedade, e a pesca no contexto de nossas lagoas, dando fomento a produção de alimentos;
° Incremento na causa da defesa dos direitos da mulher e do idoso;
° Defender a dignidade da função pública, sob a inspiração da moral e da ética, com o objetivo de servir ao cidadão e prestigiar o servidor público municipal;
° Defesa da natureza, do ambiente sustentável, das lagoas, da restinga, das cachoeiras, das nascentes, dos rios, das serras, do planejamento visando crescimento sem agressões e desenvolvimento auto-sustentável no município. (tirados dos ideais nascidos em 1999 - o Estatuto do Partido é simples, preciso e conciso - basta desenvolver).
Continua . . .


Nota: Todos poderão (deverão) apresentar propostas de:
a) Anteprojeto Substitutivo;
b) emenda aditiva;
c) emenda modificativa;
d) substitutiva;
e) supressiva;
- enviar no comentário, ou por e-mail;
Agradecemos a participação.

Edição 5

Participantes: (desde a edição 1)
1) PDT - Estatuto; 2) Marcus Stanley; 3) Dr. Carolino Santos; 4) Lucia Helena; 5) Dr. Felipe Auni; 6) Monique Siqueira; 7) Bruno Cardoso;

ESPECÍFICOS

II - PRIORIZAR A EDUCAÇÃO

° EDUCAÇÃO PúBLICA

1. Implantação do “Plano de Escolarização em Tempo Integral” com uma Escola Municipal em cada distrito;
2. Assistência Médica e Odontológica em todas as Unidades Escolares Municipais;
3. Implantação do “Plano de Preparação para Esportes Olímpicos” vinculado às Escolas Municipais;
4. Implantação de “Cursos nas Escolas” englobando música, artesanato, dança, artes em geral, plantio de mudas, podas e revitalização de praças, parques e jardins, ambiente sustentável e reciclagem, visando alunos da Rede Pública Municipal;
5. Implantação de “Cursos Profissionalizantes” e “Supletivos”; Convênios com entidades como SESC, SESI, SENAI, CEFET, FAETEC;
6. Implantação de “Cursos Superiores” por meio de convênios com Universidades reconhecidas;
7. Implantação de “Cursos de Aperfeiçoamento e Especialização” visando Professores da Rede Pública Municipal e Servidores Públicos Municipais;
8. Implantação do “Plano de Valorização do Professor Municipal”; (desde a revisão salarial até incentivo as atualizações do conhecimento envolvendo todo o Corpo Docente);
9. Implantação do “Plano de Desenvolvimento da Internet no Município”, visando não só a inclusão digital, como também de criação de pontos de acesso público; inclusão digital não é colocar à disposição meia dúzia de “notebooks” populares, pois isto é hipocrisia e populismo; sem uma Internet segura e rápida com acesso gratuito não se fará a verdadeira “inclusão digital”; a rede pública de Internet é o caminho, e se possível, se o demagogo Governo Federal deixar e ajudar, o sistema “wi-max” deve ser implantado;
10. Construção de “Creches Públicas Municipais” em cada distrito;
11. Construção de “Casas da Melhor Idade” em cada distrito visando idosos desamparados e precisando de cuidados especiais;
12. Implantação do “Sistema de Controle Geral da Merenda Escolar”; reduzir e aniquilar com a corrupção na merenda;
13. Implantação do Projeto Pró-Leite nas escolas e comunidades; (servir e distribuir leite de soja);

III - Incremento na causa da defesa dos direitos da mulher e do idoso

° SAÚDE PÚBLICA E PREVIDÊNCIA SOCIAL

1. Implantação de “Postos de Saúde 24 horas”, com atendimento de emergência, equipe médica especializada, ambulâncias, nas localidades de Ponta Negra, Itaipuaçú, Barra de Maricá, Inoã, e São José;
2. Criação do “Hospital de Atendimento à Mulher” no 1° distrito;
3. Criação do “Hospital Geriátrico São José” em S. José de Imbassaí;
4. Criação do “Hospital Materno-Infantil em Inoã, 3° distrito;
5. Implantação de “Unidades Ambulatoriais”, tanto no HCML, quanto nos demais hospitais e postos de saúde;
6. Implantação do “Projeto Medicina Preventiva”;
a. Subprojeto - “De olho em você” (Centro de Oftalmologia);
b. Subprojeto - “Saúde dos Dentes” (Centro de Odontologia);
7. Implantação do “Projeto Planejamento Familiar”;
8. Implantação do “Plano de Saúde Suplementar Compartilhado”, visando Servidores Públicos Municipais de Carreira Ativos e Inativos;
9. Criação do Portal da Previdência para atender aos inativos da municipalidade;
10. ISSM - Instituto de Seguridade Social de Maricá - Gestão de Transparência - Presidência exercida por Servidor Público Municipal de Carreira, ativo ou inativo, com diretoria paritária, e instituição do pregão eletrônico nas licitações;
11. Implantação do Projeto de Distribuição de Leite;
12. Criação do “Sistema de Controle de Animais”, mediante implantação de “chips” e registro obrigatório, mormente em cachorros, eqüinos e bovinos, dentre outros, permitindo o monitoramento, a identificação de proprietários de animais abandonados, perdidos ou roubados, bem como a responsabilização pela falta de posse e guarda devida, por omissão e desleixo, por descumprimento de normas de vacinação, por causar acidentes nas vias públicas;
13. ver urbanização e saneamento; esgoto sanitário;


° IV - ADMINISTRAÇÃO GERAL

° ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
1. Redução de alíquotas de impostos e taxas;
2. Agilização dos serviços com procedimentos céleres;
3. Parcelamento de dívidas, ajuizadas ou não, mediante atuação direta da Procuradoria Geral do Município;
4. Agilização de pagamentos;
5. Implantação de “Postos de Atendimento Local” visando atender aos contribuintes nos próprios distritos com incremento de modernização administrativa, informatização e participação de Procuradores Municipais;
6. Implantação do “Sistema Central de Licitação”, visando centralizar todas as modalidades de licitações, constituindo Comissão Central de cinco membros, com rodízio periódico de membros, com substituição obrigatória de um membro a cada semestre e troca de funções, com ampla divulgação pela “web” dos atos e movimentação, e pregão eletrônico, com farta transparência;
7. Auditoria em órgãos da administração direta e indireta;

° ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL

1. Trabalho digno e salário justo, mas vinculado a:
a. Reforma da Estrutura Organizacional;
b. Modernização Administrativa;
c. Criação de poucos (necessários) e extinção de muitos (cabides) cargos comissionados;
d. Novas adequações das atribuições de cargos, e das competências de órgãos;
e. Redefinição e adequação de carga horária;
f. Constituição de Comissão Permanente de Apuração de Acumulação Ilícita de Cargos;
g. Atendimento a norma de implantação do Plano de Cargos e de Carreiras e enquadramento dos servidores nas devidas e legais referências;
2. Criar ferramental jurídico/legal para combater e desestimular a corrupção;
3. Instituição do Plano de Saúde Complementar do Servidor Público Municipal;

° V - TRABALHO, HABITAÇÃO, INDÚSTRIA, COMÉRCIO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA.

1. Mutirão da Casa Própria - “Projeto Comunitário”, “Projeto Servidor Público”, “Projeto Casa Geminada - Construção Compartilhada”;
2. Implantação do Pólo Industrial, para indústrias não poluentes, de pequeno e médio porte, com incentivos fiscais;
3. Capacitação de mão-de-obra prioritariamente para os setores de construção civil, comércio, e indústria;
4. Fomentar a criação de cooperativas específicas para: a) construção de moradias; b) agricultura; c) pesca; d) artesanato; e) serviços vinculados ao turismo;
5. Projeto Emprego Aqui; (gerar oportunidades nos setores primário, secundário e terciário - primário: produtos agrícolas; - secundário: captação de investimentos em indústrias de pequeno, médio e grande porte; - terciário: sólidos investimentos no turismo convencional e no ecoturismo);
6. Implantação do Projeto Mãe-Crecheira;
7. Implantação de programas de incentivos fiscais para a instalação de empresas;
8. Projetos visando atrair recursos do Banco Mundial, BNDES, dos Governos Federal e Estadual;

° VI - TRANSPORTE, SERVIÇOS CONCEDIDOS E VIAS PÚBLICAS

1. Criar a Rodoviária-Shopping no Centro da Cidade;
2. Criar as Rodoviárias de Apoio nas periferias da Cidade e distritos; rodoviária compartilhada; terminais rodoviários compartilhados;
3. Implantação de pequenas linhas circulares (micro-ônibus) entre bairros e entre distritos, linhas integradas e transporte interligado;
4. Recadastramento e regulamentação da frota de táxis e transportes alternativos; permitir o uso de “táxi-lotada” para percursos inferiores a 10 km entre origem e destino; instalação de taxímetros nos veículos de paradas fixas no Centro da Cidade;
5. Melhoramento das vias públicas primárias e secundárias, com asfaltamento e alargamento; rodovias municipais com acostamento;
6. Construção de pontos de coletivos e abrigos para passageiros;
7. Anéis rodoviários que comporão com as linhas circulares um “Novo Sistema de Transporte Municipal”;
8. Construção de trevos e anéis de retornos nos entroncamentos de vias municipais a fim de eliminar pontos de riscos para motoristas e pedestres, como exemplo:
a. Av. Ivan Mundim com a Rua Beira Lagoa de Araçatiba;
b. Final da Av. Ivan Mundim com a Av. João Saldanha e entrada da Zacarias; (trevo)
c. Estrada de Itaipuaçú com entrada para Itaocaia Valley;
d. Estrada de Itaipuaçú com entrada para a Av. 1;
e. Estrada de Ponta Negra com entrada para Jaconé;
9. Trânsito: transformar algumas vias de mão dupla em via de mão única; inverter sentido de mão única em algumas vias;
10. Guarda Municipal: não permitir que a GM trabalhe armada; acabar com a máxima popular até hoje difundida: “Visite Maricá e ganhe uma multa”; priorizar a orientação e a advertência ao invés de primeiro multar e deixar rolar o erro e a irregularidade; salário digno não é participação em multas; gratificação de produtividade aquilatada por dedicação, zelo e trabalho;
11. Ponte antiga sobre o rio Mombuca: reforço e alargamento - a permitir maior fluxo de veículos e separação para uso exclusivo de pedestres;
12. Através de convênios com o Governo do Estado limpeza dos rios e canais, com a desocupação ilegal, irregular e indevida, das margens e acessos de infra-estrutura;
13. Urbanização e adequação de uso das margens de rios, canais e lagoas;

° VII - TURISMO, ESPORTE E LAZER

1. Implantar “Centros de Informações Turísticas” ao longo da Rodovia Estadual nos encontros com as vias municipais de acesso às praias, lagoas e pontos turísticos, e nos bairros ao longo das lagoas e das praias em pontos estratégicos e de grande movimentação;
2. Melhorar e ampliar toda a sinalização turística ao longo das vias públicas;
3. Melhorar e ampliar as vias públicas de acesso aos locais turísticos, dotando de sinalização, iluminação e placas com históricos e datas ilustrativas;
4. Em todas as vias ao entorno das lagoas e de prédios históricos proceder o calçamento por paralelepípedos ao invés de asfalto;
5. Tombar, “sem derrubar”, prédios antigos, históricos, e de valor arquitetônico de época, além praças, sítios, dentre outros que contribuam para a memória do município, e criar a Fundação Patrimônio Público Municipal onde os bens tombados devem ser registrados, controlados e mantidos sob severa proteção e fiscalização e destinar verbas para a manutenção e restauração;
6. Desenvolver projetos para a prática de “eco-turismo”, de trilhas de caminhadas, de pontos de escaladas;
7. Desenvolver projetos voltados para a vocação das lagoas, como torneios e campeonatos de vela e motor e remo;
8. Decretar como vias de acesso turístico, de tratamento especial, as vias entre a Rodovia Estadual RJ-106 e as praias: a) Ponta Negra; b) Bambuí e Cordeirinho; c) Centro e Boqueirão - Barra - Zacarias; d) Estrada dos Macacos - S. José - Praia do Francês; e) Estrada dos Cajueiros e Rua 70;
f) Inoã - Itaipuaçú - Jardim Atlântico;
9. Decretar como vias de acesso turístico: a) via de ligação ao Município vizinho Saquarema através de Jaconé; b) via de ligação com Niterói - Serrinha do Recanto de Itaipuaçú; c) via de ligação com Itaboraí - Ubatiba e Serra do Lagarto;
fomentar consórcios com municípios vizinhos visando atingir os objetivos e interesses comuns com maior rapidez e eficiência junto ao Governo do Estado;
10. Criar programa de incentivo a indústria do entretenimento;
11. Implantar o Projeto Guia Mirim;
12. Priorizar asfaltamento e urbanização nas ruas zero (Zacarias), rua 1 (Barra), e rua 13, como vias principais de acessos turísticos e de maior movimento registrado;

° VIII - CULTURA E ARTE

1. Constituição da Fundação Cultural e Artística de Maricá;
2. Desenvolver projetos em parceria com outros órgãos visando fomentar a inclusão artística e cultural dos munícipes, com cursos, exposições, seminários;
3. Implantar “Salas de Projeções”, e “Teatros”; construir “Casas de Cultura” nos distritos onde possa difundir peças teatrais e apresentar filmes que contribuam para o debate cultural e estudos;
4. Fomentar cursos de pintura, fotografia, artesanato, reciclagem de material para fins artísticos;
5. Realizar Feiras e Exposições de cunho artístico, temporárias ou permanentes;
6. Construir o Teatro Municipal (adaptável para cinema);


° IX - URBANIZAÇÃO E SANEAMENTO

1. Alargamento de vias públicas;
2. Revitalização de calçadas; adequação ao idoso e portadores de deficiência física;
3. Dotar as vias de galerias de águas pluviais;
4. Fiscalizar e impedir o lançamento de esgoto sanitário nas galerias de águas pluviais; evitar o lançamento de águas pluviais diretamente na lagoa a fim de evitar e coibir o assoreamento;
5. Dragagem permanente de rios e canais;
6. Revitalização e criação de praças;
7. Asfaltamento das vias públicas primárias e de acesso aos corredores turísticos;
8. Exigir calçamento, galerias de águas pluviais e meio fio de todos os loteamentos sob pena de embargos de obras e aplicação de multas, além de medidas judiciais e administrativas de coerção de obrigação de fazer;
9. Agir implacavelmente sobre os que desobedecem as normas e determinações de recuos e de afastamentos em obras de construção e edificação;
10. Exigir, nas obras de edificação, a construção de fossa e sumidouro adequados a área construída, além da construção de filtro que atenda as especificações dos órgãos de meio ambiente;
11. Exigir de todos os loteamentos e condomínios a instalação prévia de pequenas e médias estações de tratamento de esgoto, na proporção do tamanho do parcelamento do solo, do número de lotes e de pessoas estimadas a serem servidas; implantar pequenas e médias estações de tratamento por bairros ou regiões em convênio com Estado e União;
12. construção e alargamento de pontes em vias públicas municipais; (urgente: ponte antiga da Mumbuca); (ponte próxima ao “Condomínio Lagoa Azul” e o Parque Nanci);
13. Criar as Secretarias: “Secretaria Municipal de Política Habitacional e Saneamento Básico - SEMPAB”, “Secretaria Municipal de Política de Desenvolvimento Urbano e Obras Públicas - SEMDESUR”, “Secretaria Municipal de Urbanismo e Construção Civil - SEMURB”;
14. Extinguir Secretarias e demais órgãos desnecessários a evitar conflitos de competências e objetivos em decorrência da criação de modernas e novas secretarias e órgãos; a SEMADES caberá resgatar a autonomia e importância, além de receber verbas específicas do setor; a SEMURB caberá a fiscalização do setor além da coordenação dos planos e projetos; a SEMDESUR caberá o planejamento e ordenamento urbano; a SEMPAB deverá funcionar em consonância com o Gov. Federal e preponderantemente com o Ministério das Cidades;
15. Criação do “PROMEU-Maricá” - Projeto Municipal de Estruturação Urbana de Maricá;
16. Criação do “PUB-Maricá” - Plano Urbanístico Básico de Maricá;
17. Utilizar somente “asfalTo”, e nunca “asfalSo”, nas vias pavimentadas; dar prioridade a novo asfalTamento em vez de “operação tapa-buracos”;
18. Revisão e atualização dos Códigos de Posturas e de Obras do Município;
19. Limitar a altura dos prédios em dez metros e a quantidade de pavimentos em três, no máximo, para as construções nas primeiras quadras de frente para o litoral ou vias litorâneas, e nas quadras entre as vias beira mar e a Av. Central;
20. Limitar a altura dos prédios em dez metros e a quantidade de pavimentos em três, no máximo, para as construções frontais as lagoas e nas primeiras quadras limítrofes com as vias beira lagoa;
21. Nenhum projeto de loteamento será aprovado com previsão de ruas com menos de 9 (nove) metros de largura, e avenidas com menos de 19 (dezoito) metros de largura;
22. Exigir das concessionárias de serviços públicos (luz e telefone) a instalação de posteamento em apenas um dos lados das vias públicas, e a adequação as tais normas no prazo de um ano em relação as instalações antigas e anteriores a vigência;
23. Nas quadras, áreas e lotes, que sejam frontais ou circundam praças contendo prédios públicos ou históricos, limitar as construções de prédios a altura máxima de 7 (sete) metros e o número de pavimentos em dois, no máximo.
24. Em convênio com o Governo do Estado e a União promover a utilização da área de recuo da lagoa entre a Ponte do Boqueirão e a Avenida João Saldanha indo até a localidade popularmente conhecida como “Divinéia”, dando aproveitamento que concilie o desenvolvimento sustentável, o meio ambiente, e áreas de lazer e de atrativo turístico;
25. Nas encostas de morros e colinas, dar preferência a aprovação de condomínios fechados em vez de loteamentos abertos, marcando nos projetos e escrituras a obrigação de manter as encostas, vertentes, nascentes, florestas, e o meio ambiente em geral, em condições de severa vigilância e manutenção, e denunciar às autoridades e órgãos públicos qualquer alteração, ou tentativa de alteração, no caso de com meios próprios se tornar impedido, e assim valer cláusula de participação mútua no controle das normas e de desenvolvimento auto-sustentável, e com isto permitir aos compromissados a habilitação a incentivo fiscal;
26. Limitar em 30 a cota máxima para construções em áreas altas;

X - Defesa do patrimônio público e das riquezas naturais

° MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

1. Implantação de “Agenda Ambiental”;
2. Investimento em “Gestão Ambiental”;
3. Implantação gradual de “Coleta de Lixo Seletiva”;
4. Recriar a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável; (SEMADES) - (resgatar a autonomia do importante setor dentro do Governo e dar um basta na perda de verbas federais)
5. Fomentar ações de preservação e recuperação da restinga, das serras, dos parques, das reservas ecológicas;
6. Exonerar todos os “irresponsáveis” ocupantes de cargos comissionados da Superintendência do Meio Ambiente que autorizaram cortes e podas de árvores sem a devida observância de normas, cautelas, zelo, e contraprestação de replantio, inclusive fomentando o uso indiscriminado e descontrolado da “MOTOSSERRA” que foi adquirida pela Prefeitura e entregue em mãos de particulares como que “terceirizando o serviço”;
7. Maior controle nas podas das árvores em vias e locais públicos, e serviço orientado e supervisionado por técnicos especializados, a fim de evitar a “morte das árvores” a exemplo do que estava ocorrendo sistematicamente transformando a Cidade e desumanizando o ambiente; fim da “Cidade Careca”, desflorestada;
8. Criar normas mais rígidas quanto as podas e cortes de árvores (sem essa máxima inventada de que “casuarinas”, “amendoeiras” e “eucaliptos”, contra essas tudo pode!);
9. Uma norma: “cada obra responsável por construção de prédio ou reforma que derrubar uma árvore, em contraprestação e punição, será exigido o plantio do quíntuplo de árvores e de espécies iguais e diversificadas, em local designado pelo órgão do meio ambiente com a devida orientação, supervisão e fiscalização, desde o plantio e até a manutenção pelo prazo mínimo exigido;
10. Aplicação de multas sucessivas até o cumprimento integral das normas e do “termo de ajuste ambiental”;
11. Compromisso com o ambiente como parte dos planos de urbanismo e projetos de urbanização e paisagismo;
12. Combater a poluição visual - limitar e disciplinar o uso de “outdoors”, placas de publicidade, faixas de propagandas; limitar tamanho de letreiros; manter a Cidade limpa e livre da poluição visual, inclusive quanto a distribuição de prospectos, propaganda de mão, santinhos; manter os postes e árvores limpos, livres de placas, cartazes, de colagens de propaganda; não permitir o uso de áreas “non aedificandi e de proteção ambiental” para uso de publicidade;
13. Reflorestamento das encostas, matas ciliares, e mananciais;
14. Implantar hortas comunitárias nas Escolas da Rede Municipal, e em terrenos baldios das zonas periféricas;

° XI - PROCURADORIA GERAL E CENTRO DE PROCESSAMENTO DE DADOS

1. Proibir a terceirização de serviços considerados essenciais em todos os órgãos, mormente na Procuradoria Geral quanto a serviços internos e externos, inclusive cobrança amigável ou judicial de dívida ativa;
2. Nova alocação para o CPD, espaço físico adequado não só quanto a total segurança mas idem em relação a acesso por funcionários e desenvolvimento do trabalho e alocação dos equipamentos e acessórios, centralização de dados e informações, maior controle e guarda, “backup” sucessivos de dados; controle interno e externo mais eficaz;
3. Desvinculação de locação ou contratação entre hardware e software com plenos direitos ao Município;
4. Capacitação de servidores;

XII - Reorganizar e revitalizar a agricultura, a pecuária, e a pesca

° Pesca
1. Controle e fiscalização da pesca nas lagoas e canais;
2. Impedir a colocação de redes de pesca embaixo de pontes e ao longo de canais;
3. Proceder a abertura da barra periodicamente como era feito a décadas passadas a permitir interligação com o mar e renovação das águas;
4. Acionar o Estado para a retirada do “entulho de ferro”, o maior monumento de ferro abandonado do mundo, a única ponte do mundo concebida para que as águas passassem por cima da ponte, e não por baixo, obra iniciada pelo artista plástico (quer dizer: ferreiro) Marcelo Alencar, e acariciada por muitos anos por Garotinhos; reconstrução da nova ponte/via perimetral deve ser instalada a permitir visão panorâmica para quem utiliza e o livre fluxo das águas da lagoa e do mar nas épocas apropriadas;
5. Incentivar a criação de cooperativas;

° Agricultura
1. Máquinas e equipamentos à disposição de pequenos agricultores em sistema de rodízio;
2. Anualmente realizar a “Exposição Agropecuária”;
3. Cursos de aperfeiçoamento para o setor;
4. Instalação de Escola Técnica Rural;

° Pecuária
1. Criar o “Parque de Exposições” para eventos de alto nível;
2. Dar incentivos fiscais e fomento de insumos a criação;


XIII - DEFESA CIVIL E GUARDA MUNICIPAL

1. Realização de novos concursos;
2. Aquisição de novos veículos;
3. Grupamento Ronda Escolar - GRES;
4. Plano de Cargos e Salários;
5. Grupamento Meio Ambiente - GRUMA;
6. Grupamento Orla Lacustre - GRORLA;

terça-feira, 9 de setembro de 2008

ENTREVISTA COM FAUSTO WOLFF


ENTREVISTA COM O ESCRITOR, JORNALISTA E COLUNISTA DO JB, FAUSTO WOLFF :

Fausto Wolff é um dos raros colunistas da imprensa brasileira que dignificam a profissão. Em suas palavras, "vejo o jornalismo com os olhos de quem está no meio-fio da calçada". Por isso mesmo sempre foi pressionado pelos poderosos de plantão. Hoje, cada artigo seu no Jornal do Brasil deixa a dúvida sobre a publicação do seguinte (ele escreve às terças, quintas e domingos), tal a contundência empregada. O que podemos fazer para exercer a contra-pressão é escrever para cadernob@jb.com.br e manifestar nosso apoio a este grande escritor do nosso tempo.

Marcelo Salles - Parece que o Ziraldo levou para o JB o mesmo pessoal que fazia o Pasquim 21.

- Eu estou de relações cortadas com o Ziraldo depois de quase quarenta anos de amizade que aparentemente tinha mão única. Ia da minha direção a ele. Só posso dizer que ele é o rei da classe média. Com os nomes que levou para lá - alguns excelentes e outros para fazer média, o Caderno B seria sempre bom, mas jamais uma revolução cultural. Embora seja um gênio como artista gráfico, gosta do humor classe média que não enxerga nada além do seu umbigo e dos modismos do seu mundo-umbigo. Humor, exatamente por ter mais liberdade, só tem sentido se for revolucionário e radical, se revelar o que ninguém viu antes. A reação dos leitores em relação à minha coluna foi uma surpresa para o Ziraldo e um pouco para mim. A grande imprensa não estava acostumada a um colunista como eu - que depois de trabalhar em todos os jornais do Rio, foi estigmatizado e permaneceu trinta anos na imprensa alternativa. Os leitores responderam positivamente - recebo mais de dez cartas por dia. Depois de uma semana elas passaram a não ser publicadas até que a seção de cartas passou a funcionar de duas em duas semanas, se tanto.

Marcelo Salles - Por que você acha que se tornou o colunista mais comentado do Brasil do dia para a noite?

- Do dia para a noite e mais cinqüenta anos de experiência, errando e tentando, errando e tentando. Acho que os leitores viram que atrás daquele texto havia um homem, alguém que comungava de suas dores e alegrias, que paga aluguel, faz dívidas, joga nos cavalos. Não viram um cagador de regras que vê a vida a partir da classe-média alta à qual ele pertence e como tal aceita todos os seus modismos. Eu sou o sujeito que já foi corneado, já sofri perdas irrecuperáveis, já vi a morte frente a frente, tomei porres famosos, fui amado, já brochei, já estive na cadeia e, o que é mais importante, tenho uma firme posição político-ideológica.

Marcelo Salles - Por que você não trabalhava na grande imprensa?

- A grande imprensa não cumpria a sua parte. Primeiro diziam-me que não havia censura e depois me censuravam. Quando Sarney entrou para o governo e começou seu desgoverno quis fingir-se de democrata e convidou alguns jornalistas como Jânio de Freitas e eu para falarem sobre política. Jânio foi embora quando o programa acabou. Eu continuei em outro programa, mas era censuradíssimo. Passei a falar sobre política internacional. Mais censura. Passei a falar sobre literatura. Foi quando o Collor, psicopata, entrou e mandou que congelassem o meu salário. Depois de alguns meses, graças à inflação, eu estava ganhando 1 dólar por mês. Ao entrar alguns anos antes ganhava 1.500 dólares. Continuei trabalhando, entrei na justiça há mais de dez anos e o processo transitou em julgado. Há dez anos que a Advocacia Geral da União não paga o meu precatório. Hoje seriam algumas centenas de milhares de reais. Eu poderia me aposentar e escrever a obra-prima da literatura universal que só seria reconhecida como tal dentro de duzentos anos. Trabalhei ainda na Bandeirantes e no Última Hora mas depois de algum tempo a minha sinceridade em relação ao ouvinte e meu compromisso com a verdade se tornavam pesados demais para a direção. Algum poderoso reclamava e lá estava eu na rua. Na Bandeirantes, que anunciava não ter censura, uma repórter perguntou ao Zé Augusto Ribeiro o que ele achava e ele: "Posso garantir que enquanto o Fausto Wolff trabalhar aqui não haverá censura".

"Os leitores sentem falta de um jornal que não insulte sua inteligência"

Marcelo Salles - E o Jornal do Brasil?

- Cansei de declarar em rádios e tvs que se um dia encontrassem um artigo meu na grande imprensa, um de nós teria mudado. O JB havia feito um contrato com o Ziraldo para passar-lhe a edição do Caderno B. Um ano antes, Ziraldo me dizia: "Não assuma compromisso algum, pois você é o sujeito que melhor escreve no Brasil e é o meu trunfo para o caderno B". Pouco antes tive uma isquemia e o Ziraldo ligou não para saber se eu estava bem, mas se eu ainda tinha condições de escrever. Eu acreditei e continuo acreditando cada vez mais no projeto. Eu não mudei, mas o JB mudou para melhor. Isso significa que poderá voltar a ser o melhor jornal do Brasil, recuperar todos os leitores que perdeu para O Globo. Os leitores sentem falta de um jornal que não insulte sua inteligência.

Marcelo Salles - E o Tanure?

- Um dos editores - cujo nome não vou citar - pediu-me para maneirar uma vez. Foi uma questão entre cavalheiros. Não mudei e escrevi outro artigo. O jornal - não é antes de tudo, mas certamente é também um estabelecimento comercial. Não faz sentido ele ter prejuízo porque um colunista decidiu usar um vocábulo em vez de outro. Tanure, desde o nosso primeiro encontro demonstrou ser um gentleman e um homem de palavra. Jamais me dei bem com patrões. Ele, porém, é um executivo, um intelectual que quer fazer um bom jornal. Agora que contratou Augusto Nunes, um dos maiores profissionais da imprensa, não há porque não fazê-lo.

Marcelo Salles - Quais temas foram censurados?

- Num artigo eu opinava sobre o próprio jornal e noutro defendia a causa palestina. Vendo a coisa toda agora, talvez eu tenha pegado pesado demais.

Marcelo Salles - E a imprensa sionista?

- Isso é uma maldição. Perseguem-me desde que escrevi um livro chamado Palestinos, Judeus da III Guerra Mundial, no qual defendo o direito de os palestinos terem sua terra e não a favela onde hoje são obrigados a viver sob constantes ataques israelenses. Este foi outro motivo de eu ter permanecido tanto tempo fora da grande imprensa. Logo eu, cujo segundo romance, O Campo de Batalha Sou Eu, posfaciado por Alberto Dines, foi o primeiro no Brasil a ter um protagonista judeu. A esquerda israelense quer viver em paz com a Palestina. A direita israelense e os judeus que vivem fora de Israel é que não querem. Tratam o conflito como se fosse um jogo de futebol no qual torcem pelo seu time. Em guerra se torce por quem tem razão e a razão está ao lado dos palestinos. Não aceito o insulto de anti-semita, pois não sou contra etnia alguma. Uma comissão de sionistas esteve no JB pedindo a minha cabeça. Como coincidiu de a direção do jornal decidir diminuir o número de páginas no Caderno B, tive de parar com o [Nataniel] Jebão e escrever minha coluna apenas três vezes por semana. Li na Internet que os sionistas pensam que isso se deu por causa deles, mas foi pura coincidência. Alguns dos meus melhores amigos são judeus e anti-sionistas. Pergunto-me o que meus ídolos Jesus Cristo, Marx, Freud e Einstein, todos judeus, diriam de uma figura como Ariel Sharon.

Marcelo Salles - Tem uma anedota sua de um jovem jornalista que chega à Redação, conversa com o dono do jornal e diz que tem o sonho de fazer um jornalismo humanista. O dono o incentiva, admira sua intenção, mas quando o jornalista vai embora ele liga para a portaria e diz: "Nunca mais deixe esse filho da p... voltar". Os donos da mídia, hoje, são assim?

- Já falei do Tanure. O outro dono com o qual me dei bem foi o Samuel Wainer, que nunca me censurou. Minha opinião sobre este assunto é a seguinte: o grande jornal não pode simplesmente expressar a opinião do seu dono. Acabaria acontecendo o que acontece na televisão. Quem patrocina o programa - Casas Bahia, digamos - determina a cultura do povo. Creio que a obrigação do jornalista com o patrão é de fazer para ele um jornal bem feito e que lhe dê lucro. O sistema é capitalista e essas são as regras do jogo. Quanto à posição política do jornal, esta deve ser determinada por um conselho de redação onde a participação patronal seja mínima, a dos jornalistas média e a do público leitor a máxima. Tivesse eu um jornal daria duas páginas aos leitores. Os conselhos de redação já existem em alguns dos principais jornais do mundo há muito tempo: Frankfurt Algemeine, L'Unitá, Paese Sera, The Independent, Politiken, Le Monde, entre outros. No Brasil a situação é tão patética que o governo acha que a TV Educativa é dele e impõe e proíbe o que bem entende em vez de dar aos empregados a possibilidade de fazerem a melhor TV do Brasil. Esquecem-se que a TV é uma concessão do povo e que, portanto, cabe ao povo decidir o que quer ver na sua rede. Quando estive na Itália a primeira vez e fiz um estágio na RAI fiquei impressionado ao ver Giancarlo Pajjeta, veterano deputado comunista, desancar o governo democrata cristão. A resposta foi óbvia: numa democracia todos os espaços políticos têm espaço. Se a TV Educativa não fosse um cabide de empregos poderia ser a melhor, pois elementos capazes ela tem.

"Somos um rapaz mulato desdentado com 16 anos em frente a uma loja de discos cantando uma música americana que ele não sabe o que quer dizer"

Marcelo Salles - O que você esperava do novo Caderno B?

- Uma revolução. Uma espécie de Village Voice com tempero carioca. Ziraldo encheu o jornal com seus amigos. O B praticamente só tinha colunistas quando deveria ter bons críticos de artes plásticas, cinema, teatro, tv, ballet, literatura, poesia, música, grandes reportagens e principalmente uma linha de defesa do cinema e da literatura nacionais. Uma campanha a favor de um teatro e um cinema subvencionados pelo Estado para fazer frente ao lixo hollywoodiano. Lutar pelos autores nacionais que sofrem para editar bons livros enquanto que qualquer best-seller americano ou europeu ganha páginas e páginas de propaganda. Deveríamos resgatar a música brasileira, que já foi a melhor do mundo quando imposta pelo povo aos meios de comunicação, e não ao contrário como ocorre hoje. Naquela época o carnaval era uma revolução anual com milhões de pessoas cantando novas músicas de protesto social todos os anos. A cada carnaval o povo aprendia mais de cinqüenta novas músicas e as cantava em uníssono do Amazonas ao Rio Grande do Sul. "Você conhece o pedreiro Waldemar? Não conhece, pois eu vou lhe apresentar. De madrugada apanha o trem da circular, faz tanta casa e não tem casa pra morar". O jornal deveria lutar para que os protagonistas das escolas de samba voltassem a ser o povo e não os turistas. Deste modo o protagonista do jornal voltaria a ser a notícia e o seu maior compromisso, o leitor. Hoje, realmente, mais do que ter bananas, nós somos bananas. Temo que se amanhã os marines invadirem o Brasil as moças e rapazes da classe média vão pedir autógrafos. Ziraldo colocou vários cronistas jovens (alguns até bons), mas que só sabem dizer "eu". Creio que, a não ser em casos excepcionais, um jornalista só deveria dizer "eu" depois de dez anos de redação. A direção decidiu diminuir o número de páginas porque os colunistas viviam se chocando e atrapalhando grandes talentos como o Aldir Blanc, o Nani, o Reinaldo Jardim e alguns outros.

Marcelo Salles - Você também fala muito de você.

- Aprendi isso com a literatura. Uso-me como matéria prima para que o público melhor possa julgar. Antes disso, porém, eu vivi. O diabo não é esperto porque é velho. É velho porque é esperto. Tenho 65 anos, oito casamentos, filhos, netos, vinte livros, três guerras. As dores e alegrias são muitas. Porque usar as experiências alheias se as minhas senti na alma e no corpo? Com raras exceções, os jovens colunistas em vez de desmascarem uma realidade mentirosa de superfície deixam-se envolver por seus modismos, pois não conhecem outra realidade. A exceção fica por conta dos cartunistas como o Alan Sieber, que é jovem, mas já tem mais de trinta anos. Seus livros de quadrinhos fazem de uma realidade aparentemente banal (para quem não é ferido por ela) verdadeiras tragédias. Você ri chorando. As grandes exceções, naturalmente, são Jaguar, Millôr, Ziraldo (apesar de tudo), Angeli, Glauco, os irmãos Caruso, que já nasceram geniais.

Marcelo Salles - O que você tem contra modismos?

- Há bons modismos que ficam. Mulher e futebol, embora estejam querendo acabar com esses dois modismos. Basta ver o grande numero de filmes sustentando o homossexualismo como o ideal. Já o futebol ficou difícil quando já se sabe o resultado de antemão. Mas, falando sério: não gosto de modismos porque eles são mentirosos e tentam fazer do ser humano - a máquina mais sofisticada do universo - um bufão, um palhaço, um boi sem vontade própria. Eu vejo o jornalismo com a visão de quem está no meio-fio da calçada, como a empregada doméstica. Sou um intelectual e por isso mesmo simplifico. Se amanhã escrever um artigo sobre Joyce ou Kafka, vou fazê-lo de modo a ser entendido por qualquer pessoa inteligente. Para isso é preciso harmonizar a linguagem jornalística com a literária. Morro de rir quando vejo um cronista começar o texto dizendo: "Acabo de voltar do Japão onde recebi o prêmio". Precisamos devolver o jornalismo ao povo e para isso ele (povo) precisa ser respeitado. O bom jornalista informa ao povo o que faz o poder e não o contrário.

"Nossos jornais falam de uma realidade de 15%. Os outros são loucos, que vêem a TV Globo. Esses não têm mais salvação"

Marcelo Salles - Mas, deixando o JB de lado, eu digo os jornalões em geral, os donos hoje estão mesmo assim?

- Essas coisas infelizmente não vão ser resolvidas porque há uma geração que hoje tem 40, 50 anos e que não consegue ver nada além do dinheiro. Alguém precisa lhes dizer que não são imortais. São os executivos neoliberais ideologicamente mortos. Eles nem partem do princípio de que se pode fazer um grande jornal dizendo a verdade. A manchete do Globo de ontem foi "Hamas toma o poder na Palestina" e não, como seria correto, "Hamas vence eleições na Palestina". Quando o legislativo, o executivo, o judiciário e a imprensa são sócios, você tem uma ditadura, e é isso que nós temos com raras exceções.

Marcelo Salles - Você costuma dizer que em 64 a imprensa ficou sócia do poder com o golpe.

- O golpe cristalizou essa sociedade, mas ela já vinha desde 54 quando Getúlio foi assassinado. Revigorou-se com a Aliança Para o Progresso, de Kennedy, e com o contrato Time-Life, que permitia que uma companhia jornalística estrangeira ditasse a linha editorial de um canal de TV. O resto foi repetição. Já poderíamos ter imprensa independente se Ziraldo, apesar dos meus protestos, não houvesse feito a melhor revista do Brasil e a chamasse de Bundas. Poderia ter acontecido com Pasquim 21 se Ziraldo, que se acha um homem de negócios, garantisse contratos de propaganda de pelo menos um ano com o governo Lula, uma vez que fizemos a campanha do PT. O único órgão de imprensa que fechou foi Pasquim 21, o que mais brigou pelo PT.

Marcelo Salles - O que você me diz daquela história de o PT estar fazendo esse governo agora para arrecadar recursos e depois efetivamente fazer um governo de esquerda...

- Ah, isso é bom, isso é um negócio muito interessante: primeiro eu vou arranjar dinheiro, primeiro minha mulher vai ficar rica, meu filho vai ser prefeito... Isso é uma coisa nojenta! Esse pessoal, deputados, senadores, são todos office-boys das grandes transnacionais. Eu hoje tenho absoluto nojo e desprezo pela quase totalidade dos políticos.

"O PT surgiu para acabar com o Partido Comunista"

Mariana Vidal - Você acha que hoje nós temos uma esquerda no país? Uma oposição de esquerda?

- Eu falei com o pessoal do Partido Comunista do Brasil e eles me convidaram para ser candidato a Presidente da República, eu acho até que seria engraçado. Não, eu acho que hoje não temos mais esquerda. Acho que a grande armação brasileira foi o PT. Brizola tinha razão, trata-se da UDN de tamancos. Ainda assim votei no Lula por falta de opção. Logo que ele começou a fazer bobagens escrevi um artigo: "Se estiver sendo pressionado, vá à televisão e diga ao povo o que está acontecendo". Desisti no Fome Zero, aquela demagogia idiota de levar ministro ao Nordeste e dizer: "Ministro, olha, essa é a fome. Fome, esse é o ministro fulano de tal. Agora que vocês se conhecem nos veremos nas próximas eleições".

Mariana Vidal - Votaria de novo?

- Não. Hoje tenho certeza de que o PT surgiu para acabar com o Partido Comunista, com os comunistas no Brasil. Aproveitou-se de que a burguesia esclarecida não podia mais acreditar na Arena. Por outro lado, tinham medo do comunismo e de Brizola. Ela tem muito medo do Brizola. Porque ele não só propunha como fazia; ele fez os Cieps, e seu erro foi dizer que tinha feito 500 quando fez 200, ainda que 30 já seriam uma maravilha! O Brizola nacionalizou a Bond & Share e tinha a educação e a cultura como metas. Lia pouco, tinha o dedo podre, não sabia muito sobre marxismo, mas era um homem profundamente digno e honesto. Isso a direita, que quer o povo alienado, não podia aceitar. Os burgueses optaram pelo PT, que não era de direita aparentemente, mas também não era de esquerda. O que eu não sabia é que depois de Collor e de FHC o candidato do Consenso de Washington era Lula e não Serra, talvez por este ser um desastre ambulante. Comecei a pensar o seguinte: Quem são os fundadores do PT? Logo vi que era a burguesia intelectualizada que não quer ser comunista, ao mesmo tempo não quer se comprometer muito com a esquerda, mas não é de direita. E assim acaba com o comunismo sério. E não estou falando do PPS, que não ousa dizer seu nome, nem do PCdoB, que tem o presidente da Câmara. Pensei: "Esse pessoal vem do Chile, vem de Paris, tudo filhinho de papai, tudo montado numa bela grana, querendo fazer um partido de esquerda light. Mas para fazer um partido assim precisavam de um ícone, de uma marca registrada, de uma coisa como a Coca-Cola, eles precisavam de um operário. Quem é o que aparece mais, o que fala mais? Ah, é o fulano de tal! Então pegaram o operário como se ele fosse o novo Jesus ou o novo Lênin. Hoje você vê que o Lula é uma pessoa absolutamente despreparada para qualquer coisa, ele não sabe nada de nada, ele é um ator que foi colocado ali para decorar um papel. Agora que o largaram sozinho, ele fica dizendo besteiras: "Garanto a você que não existe ninguém mais ético que eu".

Marcelo Salles - Em 64 a estratégia era fazer uma invasão cultural e depois manter uma ditadura durante um tempo?

- A invasão cultural vem se dando desde 64, é verdade, mas foi duplicada a partir do Sarney. Agora é que nós não temos mais músicas, não temos mais escolas, não temos mais jornalismo, nós não temos nada, nós somos um rapaz mulato desdentado com 16 anos em frente a uma loja de discos cantando uma música americana que ele não sabe o que quer dizer. Esse é o retrato do Brasil.

Mariana Vidal - Você acredita na redemocratização da mídia no Brasil? Você acha que é possível reverter essa invasão cultural?

- Não, enquanto não valer a pena. Pode ser que valha a pena e creio que é isso que pretende o Tanure. Da última vez que estive com ele, falou-me da criação de um Conselho de Redação que desse maior importância ao leitor. Houve um caso na África do Sul de um jornalista amigo do Stephan Bico, grande revolucionário contra o apartheid. O Bico estava solto enquanto o Mandela estava preso. Este jornalista, Donald Woods, vivia tranqüilamente achando que estava num país normal, porque os filhos dele iam à escola para brancos, tinha uma empregada negra que adorava as crianças. Os empregados moravam em favelas distantes e iam trabalhar na casa dos ricos. Isso era perfeitamente normal, como é no Brasil, não é mesmo? Ele sabia, como a gente sabe que acontecem coisas inacreditáveis em Nova Iguaçu; que todos os dias morrem crianças assassinadas na Rocinha, mas quem é que está dando bola para isso? Ninguém! Até que o Bico vai ao jornal falar com ele: "Como é que é, rapaz, seu jornal está matando gente". Woods perguntou: "Como"? O Bico explicou e ele começou a ver. Seria a mesma coisa que você levar um jornalista para o Morro do Rato Molhado. A verdade é que Woods começou a ver a realidade do país dele. Os nossos jornais aqui falam de uma realidade de 15%. E os outros são loucos que vêem a TV Globo, que vêem novela, esses coitados são loucos, eles não têm mais solução. Então esse jornalista, que depois teve que fugir da África do Sul para a Inglaterra, começou a falar dos direitos dos negros, a tratar os negros como seres humanos, coisa que não acontecia. Daí os anunciantes retiraram toda a publicidade, mas os negros, que eram maioria, começaram a comprar o jornal, que passou a ter uma tiragem extraordinária, o que fez os capitalistas anunciarem novamente, porque comércio é comércio, porque quem consumia eram os pobres. Tornou-se o jornal mais popular da África do Sul. E o mais vendido. É esse o tipo de jornalismo que eu quero fazer, onde o jornal seja o advogado de quem não tem advogado. O advogado barato que você compra na banca. Agora, isso não está acontecendo no JB, mas tenho esperanças que virá a acontecer. Continua acontecendo... Eu ficarei muito chateado se me despedirem do JB, porque apesar de alguns percalços e angústias tem sido uma experiência muito boa. Eu detesto esse adjetivo adorado por entrevistadoras de TV: gratificante; mas é o que melhor define o que sinto. Eu nunca deixei de dizer que eu era comunista, a primeira coisa que eu fiz no JB foi informar. No meu primeiro artigo escrevi: "O que é que um jornal tem que dizer? A verdade! A verdade precisa sempre estar sob a luz dos refletores".

Marcelo Salles - O que é, para você, ser de esquerda? E o que é ser de direita?

- Ser de esquerda é você se colocar ao lado do homem e das suas necessidades. É você se colocar, não ao lado de uma realidade que te impõem, e sim de uma verdade que essa realidade esconde. Ser de esquerda é, entre o lucro e a dignidade, ficar com a dignidade. Ser de esquerda é não achar que o dinheiro é o fim e o objetivo de todas as coisas. Ser de esquerda é achar que o objetivo da nossa vida é o homem em si e, finalmente, para usar uma frase de efeito, ser de esquerda é lutar até nos descobrirmos deuses, e assim não precisarmos mais de deus algum.

"Ser de esquerda é lutar até nos descobrirmos deuses, e assim não precisarmos mais de deus algum"

Marcelo Salles - E a direita?

- Olha, a direita é uma doença inculcada... O primeiro vencedor foi o macaco na época das cavernas que sentou um tapa nos outros três fraquinhos e "olha, esse canto aqui é meu e ninguém tasca". Está na tradição, na família e na propriedade, no caso do Brasil, nem tradição, nem família, nem propriedade. "Por que é que esses 500 quilômetros de terra são seus?" "São meus porque meu pai passou eles para mim". "E quem passou isso para o teu pai?" "Foi meu avô". "E quem passou para o teu avô?" "Meu avô tomou eles na marra". Então a revolução é você lutar pelas coisas, é você dizer "eu não acredito nessa lei e vou trabalhar contra ela". Agora, é claro que nós estamos perdendo e vamos perder cada vez mais se nós não atentarmos para a educação e para a cultura, porque a educação e a cultura são as únicas coisas que podem mudar. A filosofia comunista, ao contrário do que se pensa, só pode se transformar numa revolução se ela vier de dentro para fora. Por que você tem que se convencer de que não precisa usar as outras pessoas para poder ser feliz. Não precisa de dois automóveis, nem dez amantes, nem vinte isso ou aquilo. Como disse Proudhome: "a propriedade privada é um crime". E é realmente um crime. Então, ser de direita é ser um louco, ser de direita é ser um canalha, um psicopata perigoso, e a gente tem que tomar muito cuidado com eles. Melhor seria botá-los todos na cadeia.

Marcelo Salles - Em relação à educação aqui no Rio, o Brizola tentou fazer isso com os CIEPs e, até hoje, ele tem um estigma muito forte, principalmente na Tijuca, de "amigo dos bandidos".

- Ele não permitiu que a polícia, essa polícia que está como policial porque não passou no vestibular para bandido, entrasse no morro e matasse todo mundo e foi a época que você teve menos crimes. E o Brizola fez a coisa certa, sem os CIEPs não tem solução; se os CIEPs tivessem funcionado em 1982... Vamos deixar por 200 CIEPs com 1000 crianças cada, seriam 200.000 crianças; essas crianças não estariam hoje vendendo chiclete nas ruas. Aí entrou esse canalha do Moreira Franco e disse que acabaria com o crime em meio ano; e a primeira coisa que fez foi acabar com os CIEPs. Olha, se você educa uma criança, se você pressiona essa criança, se leva essa criança para o crime todo dia e no dia em que essa criança se rebela você vai tratá-la como cachorro, é claro que ela vai morder. Seria uma beleza pegar todas essa crianças que estão na rua, e que são muito mais inteligentes que as crianças burguesas, são muito mais corajosas, muito mais talentosas e fazer escolas especiais para elas. Dessas escolas sairiam os grandes homens, os futuros dirigentes do país. Nós estamos vivendo na Idade da Pedra em matéria de humanismo. Pagamos cinco mil reais para manter o filho numa escola primária e não pagamos 400 reais para a empregada que vai cuidar dos nossos filhos.

Marcelo Salles - Parece que as pessoas têm vergonha de se assumirem comunistas. Será que não é porque o comunismo é mal entendido no Brasil?

- Mal entendido, mal lido... A direita fez as pessoas pensarem que comunismo é burocracia, que comunismo é stalinismo. Comunismo é uma filosofia humanista que ainda não deu certo. Mesmo se você pensar que na Rússia os patrões falavam francês entre si, alemão com os empregados e russo com os cachorros e porcos, houve uma grande evolução estagnada pelo neoliberalismo. Se compararmos a Rússia pré-perestroika à Rússia de 1917 veremos que ela realizou a maior obra de engenharia social do mundo. Quanto a Stalin, acho que nada desculpa você tirar uma vida humana, mas nada, nada. Não acredito que os fins justifiquem os meios. Claro que isso não me impede de querer a pena de morte para genocidas, ou seja, para esses canalhas que mandam milhões de dólares para fora do país e com isso matam milhões de crianças de fome.

Mônica Tolipan - O ocidente gastou mais dinheiro em propaganda contra o comunismo do que qualquer outra coisa. Quando eu era menina minha mãe me levava para o outro lado da rua quando passava um vizinho que diziam ser comunista.

- O Globo publicava histórias em quadrinhos que mostravam guerrilheiros cubanos degolando crianças. O país inteiro amanheceu com um pôster nos muros onde se via um ponto de interrogação vermelho e sob ele: "E o resto é silêncio". Os jornais brasileiros não publicavam notícias das agências do leste e ainda hoje, se você fizer uma comparação dos países do leste europeu com os países da América do Sul, vai ver que, com exceção da Polônia, você não tem um analfabeto.

Mariana Vidal - Com a chegada agora do Evo Morales e de uma socialista no Chile, qual sua expectativa em relação à América Latina?

- A minha expectativa é de que enfim se possa fazer um Mercosul. O Brasil, idiota, sempre foi dominado pelos portugueses, depois pelos franceses, depois pelos ingleses e agora pelos americanos. Sempre deu as costas para a América do Sul. É hora de se começar um intercâmbio político, militar, cultural, econômico que faça mudar as coisas, ou seja, que realmente concretize o sonho de Bolívar de uma América Latina livre. Nós no Brasil não conhecemos a América do Sul, não temos idéia do que é a América do Sul. Eu gosto muito do Chávez, eu gosto muito do Morales, índios, nativos, retomando o país. Gosto da moça chilena [Michele Bachelet]. Acabarão compreendendo, como Fidel, que a coisa é simples: "de cada um segundo as suas possibilidades, a cada um segundo as suas necessidades". Não precisa dizer mais nada. Basta você acreditar que todo o ser humano é igual a você; você olha uma mão e vê cinco dedos. Quantos engenheiros e arquitetos você precisaria para bolar uma maravilha como essa? Você tem mais ligações nervosas, neurônios no cérebro humano que em todos os computadores do mundo e, no entanto, essa porra só serve para levar porrada da polícia.

Thaís Tibiriçá - A questão da cultura que você falou, o lançamento do seu romance agora, o "Olímpia" e o mercado editorial, em que o livro mais vendido é "O monge executivo"...

- A tendência é essa mesmo. Se você quer estabelecer um sistema capitalista, e você quer estabelecê-lo sem limitações, é fundamental que o povo não pense, que a maioria não pense. No Brasil nós conseguimos isso, nós temos favelas. Por quê? Porque o povo não pensa. Porque se ele pensar, vai chegar à conclusão: "mas por que eu estou comprando essa porcaria?". Isso é pecado mortal para o sistema. "Por que estou comprando essa porcaria, por que não vou ali no vizinho, não peço emprestado, não troco, não faço qualquer outra coisa?". Por que é que tenho que comprar essa merda desse tênis para o meu filho? Nós temos uma nação de escravos! Até a classe média, ela é toda escrava.

Mônica Tolipan - É muito americano isso. Se você tem um bom emprego, você está salvo na vida. Você faz qualquer coisa para se manter no emprego e perde o caráter.

- A direita quer que você acredite que a vida é um inferno. Quer que todos sejamos filhos do medo para obedecermos sem pensar.

"Se você quer estabelcer um sistema capitalista, é fundamental que o povo não pense"

Mônica Tolipan - Não precisa ser um pesadelo.

- Não é um pesadelo. Para qualquer lado que você olhe, só vê beleza. Você só vê porcaria quando é feita pelo homem, como aquela lixeira em Queimados. Os peixes boiando, as praias poluídas, a selva desmatada, tudo feito pelo homem. A natureza está sempre bonita, o azul é bonito, o verde é bonito, o amarelo é bonito, fazer amor é bonito, mulher é bonito, o homem é bonito, tudo é bonito... A direita é que é anti-tudo.

Marcelo Salles - Você escreveu certa vez que os escritores foram vencidos pela mídia.

- A arte foi e é verdade. A não ser que eles façam parte da mídia, quais são os escritores que mais vendem? Bons ou ruins são os que têm colunas em grandes jornais ou programas de TV. Os meus livros provavelmente vão vender mais por causa do Jornal do Brasil; se eu for pro Globo, então, sou capaz de arranjar dinheiro para comprar o apartamento em que vivo. Mas isso não vai acontecer porque venho de longe, como dizia o Brizola. Pedi demissão da TV Globo em 1965 e nunca mais passei na frente. Nunca dei uma entrevista para TV Globo.

Marcelo Salles - Você uma vez escreveu uma história de um poeta a quem o produtor pedia um texto, parece que de teatro, fazia o texto e deixava na mesa do produtor, aí o produtor não gostava e mandava ele reescrever. Ele reescrevia mudando um pouco e deixava na mesa de novo. Até que ele reescreveu pela última vez e deixou de novo com um bilhete "Pior não dá para ficar".

- Ah, foi o Antônio Maria que fez isso na TV Tupi: "Pior não sei fazer". Qualquer canal de televisão trata o telespectador como gado. Os canais fechados pouco menos.

Marcelo Salles - É verdade que você brigou no elevador com o Adolfo Bloch?

- Não. Não foi no elevador, eu nem briguei com ele, dei um tapa e hoje me arrependo, embora ele merecesse.

Marcelo Salles - Sei que você deve estar cansado de contar essa história, mas eu não sei os detalhes.

- Eu morava em Roma, e o Ney Sroulevich, meu querido amigo que já faleceu, ligou para mim de Paris. A revista Manchete, cuja sucursal ele dirigia, tinha uma seção chamada Paredon. Eles pegavam uma figura popular brasileira e internacionalmente conhecida e faziam perguntas para as celebridades do mundo inteiro. Resolveram fazer isso com o Pelé. E Ney pediu-me que fizesse perguntas a celebridades italianas. Eu estava indo para a Grécia, atrasei minhas férias. Aí eu fiz uma relação - Pasolini, Moravia, Riva, Tognazzi, uns dez mais ou menos. Pedi-lhe 500 dólares pelo trabalho e ele concordou, mas a casa só pagaria se eu fosse cobrar no Rio. Na época eu escrevia para o Pasquim e tinha que entrar com passaporte falso no Brasil. E, porque o Pasquim não estava me pagando, estava sem dinheiro. Aí fui à Manchete cobrar. Realmente estavam lá na administração: 500 dólares - Paredon com Pelé. E eu já estava muito puto com essa história de olhar pro chão, olhar pro lado. Era uma época brava, 1970, 71. Eu queria pegar aquele dinheiro e me mandar. Aí o Adolfo passou, eu era novo, tinha uns 30 anos, e disse: "Dá para você assinar para eu receber?" Ele olhou para mim como se eu fosse louco. Disse: "500 dólares para uma entrevista? Você está muito louco! Eu pago 100". Aí eu dei um tapa nele e fui embora da Manchete e do Brasil.

Mariana Vidal - Saiu uma pesquisa recentemente sobre o hábito de leitura do brasileiro. O resultado é que os brasileiros lêem muito pouco, inclusive brasileiros de nível superior. Muitas pessoas falaram que só leram aqueles livros indicados pelos professores para conseguir o diploma.

- Parece que ler é castigo. Agora, no Rio Grande do Sul, o prefeito de Cachoeira disse que seus funcionários têm que ler um livro por semana e têm que dar o comentário. É castigo.

Mariana Vidal - Mesmo sabendo disso, o que leva um escritor a continuar escrevendo?

- Eu sou um escritor e tenho que fazer isso. Porque eu não conseguiria viver sem fazer isso. Eu não poderia viver sem escrever. É uma coisa quase metafísica, é uma coisa superior a mim. A Mônica sabe que entre um livro e outro eu fico muito nervoso. Eu acho que nós todos temos que deixar um testemunho da nossa época para facilitar a vida de quem vem. O que seria minha vida sem Balzac, Tolstoi, Kafka, Joyce, Jorge Amado, Érico Veríssimo, Castro Alves, Drummond. Estes são os grandes heróis do mundo. Os grandes heróis do mundo não são os generais que destroem, mas os filósofos que constroem. Já imaginaram como o mundo seria mais triste apenas com depoimentos de militares?
"A senhora leu o último poema do Geisel"?

Marcelo Salles - Você vê alguma forma de se reverter esse quadro?

- Há várias formas de reverter. Vocês estão revertendo a situação. No momento em que vocês fazem um jornal como esse, qualquer pessoa bem intencionada, profissional, verá que estão fazendo um trabalho sério. Tão sério que vocês estão aqui. Vocês pegaram o Jânio de Freitas na Folha de S. Paulo, pegaram o [Eduardo] Galeano. Essas coisas importam muito. Chamaram a minha atenção, chamaram a atenção de muitos outros. Outra coisa importante e possível é fazer um jornal de bairro, um jornal comunitário. Realmente levar isto às últimas conseqüências. Quando o pessoal do bairro sentir que aquilo não é um negócio só para colocar anúncio e poeminha, e vir que você está preocupado realmente com aquela vala suja, a reação do público será imediata. Outra coisa: você pode fazer até um Jornal Nacional. Os grandes sindicatos, em vez de mil house organs, façam um grande jornal nacional e nacionalista. Uma coisa que eu sugeri ao Banco Central, quando eles vieram pedir que eu fizesse um jornal para eles: olha, o jornal do Banco Central vai ser uma bobagem, eu quero fazer um jornal em que vocês todos ponham dinheiro do Banco Central, Petrobrás, Caixa Econômica, tudo. Aí a gente ia fazer um jornal, tinha até dado o nome: FORTE.

Mariana Vidal - O Banco Central?

- Não, o sindicato dos funcionários do Banco Central. Imagine, o Banco Central não vai me pedir nada, vai me dar um tiro. O Banco Central só dá dinheiro para banqueiros.

Mariana Vidal - Falando sobre as colunas, questões como a América Latina, Palestina, você escreveu sobre os indígenas, furacão Katarina. Por que essas abordagens ficam apenas restritas às colunas? Não dariam boas reportagens?

- Cada coluna minha dá uma grande reportagem. Acontece que a maioria dos repórteres viraram office-boys. Acabou a aventura, acabou a beleza que era. Antigamente a gente não ganhava nada, mas se divertia pra burro. A gente é que fazia o jornal. Hoje as redações foram ficando mais silenciosas, desculpe as mulheres, mas elas têm grande culpa nisso. As mulheres tiraram muito os lugares dos homens por ganhar menos. Elas são mais silenciosas. As redações não são mais os magníficos palcos que costumavam ser, cheias de nervos, sangue, suor, gargalhadas e lágrimas. A notícia precisa chegar viva à redação para ser transmitida vivíssima. Hoje, ela chega morta na mão do repórter, depois vai para redator e chega morta ao leitor. É preciso mais indignação, menos medo; é preciso mostrar que nem sempre aquilo que é natural não é um crime. Um menino vendendo chicletes de madrugada, por exemplo. Milhares de seres humanos esperando numa fila de hospital. Hoje um general brasileiro se suicida no Haiti e ninguém investiga.

Mariana Vidal - Você acha que essa falta de senso crítico é imposto ou é auto-censura do repórter?

- Fifty-fifty. O repórter não investiga porque parte do princípio de que não será editado quando, eventualmente, acontece o contrário. É auto-censura do repórter, claro. Essa é uma profissão que você só exerce se você a ama muito. E se você ama muito essa profissão, você precisa ser independente. Muito bem, quando você está começando, está aprendendo, vai fazendo o que os outros dizem até enxergar com seus próprios olhos e perceber que você trabalha para uma direita. Fui candidato a deputado federal pelo PDT e disse que não tinha bens materiais a declarar e não tenho.

"Os semitas aproveitaram o holocausto para pressionar o mundo a lhes dar metade da Palestina"

Marcelo Salles - Quando nós entrevistamos o Emir Sader, ele disse que ele foi afastado da Globonews por pressão dos judeus.

- Não há porque duvidar dele. Os sionistas querem fazer crer que quem apóia a Palestina é anti-semita. Meu Deus do céu, os grandes amigos meus são judeus, minha mulher também é judia por parte de pai. Uma coisa é você ser judeu, outra coisa é você ser judeu e ter isto como raça; que porra é essa de raça? Não existe raça judaica, não existe raça nenhuma. Só tem uma raça, a raça humana, e quem sabe a dos pigmeus no meio da África do Sul.

Marcelo Salles - Aprofundando um pouco essa questão, como você vê esse conflito Israel e Palestina, que parece que nunca termina?

- Os semitas aproveitaram o holocausto para pressionar o mundo a lhes dar metade da Palestina. Os palestinos, com exceção dos fanáticos sionistas, viviam com os judeus muito bem. Até que de repente surgem judeus liderados por Ariel Sharon massacrando palestinos e usando o holocausto como desculpa. O Holocausto foi provavelmente o maior crime cometido no mundo, seguido de perto pelo bombardeio de Hiroshima e Nagazaki. Mas, por que os judeus não brigam com os alemães em vez de quererem escravizar os palestinos? Se eu fosse a ONU teria estabelecido o Estado de Israel no Vale do Rhur para que os alemães jamais se esquecessem do opróbrio.

Marcelo Salles - Como foi o exílio?

- Eu nunca fui oficialmente exilado. Em 1968, antes do AI-5, eu tinha 3 colunas em 3 jornais diferentes, diárias, e atuava num programa de televisão chamado Jornal de Vanguarda. Com a censura, ainda antes do AI-5, eu comecei a falar de flores e plantas e o público sabia que eu estava sendo censurado. Eu tinha 28 anos. O diretor do programa era amigo do Magalhães Pinto, que era Ministro das Relações Exteriores. Ele informou-me de que eu estava numa lista dos primeiros a serem presos. Uma semana depois eu estava em Roma. Hoje eu tenho certeza que eles teriam me matado. Eu era um jornalista conhecido, mas não era um Millôr Fernandes, um Carlos Heitor Cony, um Hélio Fernandes, cuja ausência daria o que falar. Eu ia desaparecer. Eu estava cansado desse negócio de não poder escrever, de não poder fazer.

Marcelo Salles - Passou os dez anos em Roma?

- Não, não. Fui professor da Universidade de Copenhague, professor da Universidade de Nápoles. Morei um tempo na Grécia.

Marcelo Salles - E a volta?

- Eu voltava sempre ao Rio quando conseguia dinheiro para a passagem. Porque meu nome não é Fausto Wolff e eles estavam atrás do cara chamado Fausto Wolff. Tinha sempre alguém me esperando no aeroporto. O Millôr ou Daniel Tolipan, tio da Mônica, ou a Nelma do Pasquim. Logo eu não tive grandes problemas com a ditadura com exceção do medo de que ela me matasse. Entre um país governado por más leis e um sem leis prefiro o primeiro. A ditadura não tinha leis. Mudava as regras do jogo quando queria. O cara batia na sua casa 6h da manhã e te levava pra algum lugar. E hoje isso acontece com todo o sujeito que é pobre, com todo o João da Silva, é absolutamente a mesma coisa. A polícia sobe no morro, pega o cara e mata. O que eu tenho contra os jornais do Brasil é que eles trabalham para a minoria livre ou pseudo-minoria. E eu tenho a pretensão de escrever para todo o mundo. Quando eu voltei, sem lenço e sem documento, sem dinheiro e sem emprego, verifiquei que muitos colegas tratavam os ministros de "vocês", viviam nas festas. Eu não poderia trabalhar desse jeito, fingindo que tudo ia bem. Quando saí daqui trabalhava na Tribuna, no Jornal do Brasil e no Diário de Notícias. Ao voltar, o Diário de Notícias já tinha acabado e só restava um caminho, que era o Pasquim. E no Pasquim fiquei. Eu tinha 40 anos e morava numa pensão. Pensão mesmo, três da manhã era comum um comitê de baratas me esperando todas as noites.

Mariana Vidal - Quando você estava fora do Brasil, em algum momento pensou que deveria ter ficado e lutado?

- Puxa vida, eu não tinha porque dar colher de chá para um vagabundo qualquer me dar um tiro. Eu ainda tinha muita coisa para escrever.

Marcelo Salles - Depois do Pasquim você...

- Depois do Pasquim eu só tive um emprego público, cargo de confiança. Eu fui chamado para dirigir a Fundação Rio, o que fiz durante quatro anos. Nesse tempo, eu escrevi um livro no campus da universidade, chamado Rio de Janeiro. Eu fiz o festival do Teatro Amador, a Poesia Passageira, a poesia em ônibus, bar. Ah, e com Olga Savary fiz um livro chamado Antologia da Poesia Brasileira, dos poetas que tinham nascido depois de 1904. Eu fiz coisa para burro, sem trabalhar muito. Imaginem se eu trabalhasse. Nunca mais me chamaram para nenhum cargo público.

Mônica Tolipan - Quando eu conheci o Fausto ele estava sem emprego, começando a escrever O Homem e seu Algoz. Tinha acabado de separar.

- Eu não estava sem emprego.

Mônica Tolipan - Você estava traduzindo um livro chamado Breaking the News, que denuncia o show business em que se transformou o jornalismo americano.

- Eu traduzo do inglês, alemão, francês, italiano, espanhol. Entendo holandês, dinamarquês, grego, romeno, norueguês. Quando um cara estuda até a segunda série ginasial, ele tem que sempre mostrar que é melhor, pois ele não pode se defender com um diploma.

Marcelo Salles - Você ainda edita pela Bertrand?

- Tenho três ou quatro livros sob contrato. Estou negociando os demais com outras editoras. Eu tenho o site O Lobo - www.olobo.net - , dirigido por meu amigo Jean Scharlau.

Marcelo Salles - E o Horácio?

- O Horácio é uma espécie de agente/assessor meu. Um dos rapazes mais inteligentes que eu já conheci. Ele, Scharlau e Maria Belmoral são as grandes promessas da literatura atual na minha opinião. A Internet é muito bom. Ao mesmo tempo em que você tem um site de esquerda como o de vocês, tem um de direita muito bem escrito, o Digestivo Cultural, da linha arte pela arte. Seu editor ainda não entendeu que sem o homem não há literatura, assim como não há texto sem contexto.

Mônica Tolipan - Você está vendo acontecer uma guerra urbana e que ninguém quer ver? Entre as favelas?

- Infelizmente é a direita - tráfico - quem manda nos morros. Fosse a esquerda, o morro já seria bairro digno de seres humanos ou já teria descido. O Rio de Janeiro continua vivo, porque em 1964, 65, 66, o Partido Comunista, em vez de infiltrar-se nos exércitos e nas favelas, preferiu fazer as favelas persistirem em terreno urbano. Tinha que infiltrar gente nas forças armadas, nas universidades. Pessoalmente eu acredito que estão matando e afogando mendigos no Rio de Janeiro. Quem te garante que estes canalhas não peguem crianças de madrugada e vão para matar? Os americanos estão cada vez mais colocando as manguinhas de fora. Seguindo o exemplo de Israel, querem fazer uma cerca que separe os Estados Unidos do México.

Mariana Vidal - Se este tipo de coisa saísse na nossa grande imprensa, você acha que a população estaria preparada para pegar um jornal diário e ler isto?

- Se tudo der certo, podemos provar que o jornalismo que diz a verdade pode dar mais lucro do que o venal.

Marcelo Salles - Existe verdade? Existe uma verdade?

- Olha, basicamente a verdade é aquilo que você toca. Aquilo que você toca e pode ver. Mas há falhas sobre ver, então seria aquilo que você toca. Tocou, você sentiu. Hoje, em termos políticos, é tudo aquilo com o qual você se acostumou. A verdade, porém, deve desmascarar a realidade que o poder pretende natural. A maioria das crianças das favelas não vai à escola, mas os jornais noticiam que um grupo de faveladas da Maré está fazendo um curso de flores artificiais. Essa é a realidade que encobre a verdade, que é a seguinte: as crianças faveladas e sem teto estão sendo viciadas, estupradas todos os dias. Vinte crianças numa cama só, a mãe mudando de amante todo dia. E nada disso é verdade. A verdade é o curso de flores artificiais das faveladas.

Entrevista concedida a Mariana Vidal, Thaís Tibiriçá, Mônica Tolipan e Marcelo Salles.
http://www.fazendomedia.com/novas/entrevista150206c.htm
Fotos de Fernando Coutinho.
Fausto Wolff morreu nesta sexta-feira, 5 de setembro, aos 68 anos. O velório foi neste domingo (7), no Cemitério São João Batista, em Botafogo (RJ). Nesta longa entrevista, concedida ao Fazendo Media em 15.02.2006, Fausto diz bem mais do que anotarão os obituários:
"Os leitores sentem falta de um jornal que não insulte sua inteligência".