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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

HEGEMONIA ÀS AVESSAS

* Lançamento: Hegemonia às avessas - economia, política e cultura na era da servidão financeira‏

Imprensa - Boitempo Editorial

imprensa@boitempoeditorial.com.br

De: boitempo3@googlegroups.com em nome de Imprensa - Boitempo Editorial (imprensa@boitempoeditorial.com.br)
Enviada: terça-feira, 21 de setembro de 2010 10:42:53

Lançamento

Hegemonia às avessas
economia, política e cultura na era da servidão financeira


Francisco de Oliveira, Ruy Braga e Cibele Rizek (orgs.)

Lançamento com Francisco de Oliveira, Carlos Nelson Coutinho, Luiz Werneck Vianna,
Cibele S. Rizek e Andre Singer
Dia 23/09, quinta-feira, às 19h30, no anfiteatro de História da FFLCH-USP

Decifra-me ou te devoro!’, ameaçava a Esfinge os viajantes amedrontados, antes de recitar o mais famoso enigma da história. Na verdade, a hegemonia ‘lulista’ representa nossa incontornável esfinge barbuda”, aponta Ruy Braga, um dos organizadores de Hegemonia às avessas: economia, política e cultura na era da servidão financeira, lançado agora pela Boitempo. Nascido a partir do artigo homônimo de Francisco de Oliveira incluído nesta edição, o livro resulta de seminário promovido pelo Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da Universidade de São Paulo (Cenedic), no qual buscou-se analisar os fundamentos econômicos, políticos e culturais “dessa forma sui generis de dominação social que se enraizou no país”, como define Braga na apresentação.

Em seu artigo, Oliveira apontava como, em mundo marcado pela crise capitalista e pelo colapso ambiental, o presidente brasileiro atingiu enorme prestígio ao absorver “transformisticamente” forças sociais antagônicas dentro do Estado, desmobilizando as classes subalternas e os movimentos sociais. Carlos Nelson Coutinho segue a provocação do sociólogo para percorrer o caminho de seu diagnóstico, que verifica nesta conjuntura uma “hegemonia da pequena política”, “quando a política deixa de ser pensada como arena de luta por diferentes propostas de sociedade e passa, portanto, a ser vista como um terreno alheio à vida cotidiana dos indivíduos, como simples administração do existente”. A apatia torna-se um fenômeno de massa, inclusive teorizada como um fator positivo para a conservação da “democracia”.

Como sintetiza Braga, Oliveira “adiantou sua conjectura: no momento em que a ‘direção intelectual e moral’ da sociedade brasileira parecia deslocar-se no sentido das classes subalternas, tendo no comando do aparato de Estado a burocracia sindical oriunda do ‘novo sindicalismo’, a ordem burguesa mostrava-se mais robusta do que nunca. A esse curioso fenômeno em que parte ‘dos de baixo’ dirige o Estado por intermédio do programa ‘dos de cima’ Chico chamou ‘hegemonia às avessas’”.

Trecho da obra

A longa “era da invenção” forneceu a direção moral da sociedade brasileira na resistência à ditadura e alçou a questão da pobreza e da desigualdade ao primeiro plano da política. Chegando ao poder, o PT e Lula criaram o Bolsa Família, que é uma espécie de derrota do apartheid. Mais ainda: ao elegermos Lula, parecia ter sido borrado para sempre o preconceito de classe e destruídas as barreiras da desigualdade. Ao elevar-se à condição de condottiere e de mito, como as recentes eleições parecem comprovar, Lula despolitiza a questão da pobreza e da desigualdade. Ele as transforma em problemas de administração, derrota o suposto representante das burguesias – o PSDB, o que é inteiramente falso – e funcionaliza a pobreza. Esta, assim, poderia ser trabalhada no capitalismo contemporâneo como uma questão administrativa.

Já no primeiro mandato, Lula havia sequestrado os movimentos sociais e a organização da sociedade civil. O velho argumento leninista-stalinista de que os sindicatos não teriam função num sistema controlado pela classe operária ressurgiu no Brasil de forma matizada. Lula nomeou como ministros do Trabalho ex-sindicalistas influentes na CUT. Outros sindicalistas estão à frente dos poderosos fundos de pensão das estatais. Os movimentos sociais praticamente desapareceram da agenda política. (Do artigo “Hegemonia às avessas”, de Francisco de Oliveira)

Sumário

Apresentação e Homenagem

Ruy Braga

1. HEGEMONIA ÀS AVESSAS: DECIFRA-ME OU TE DEVORO!

Hegemonia às avessas

Francisco de Oliveira

A hegemonia da pequena política

Carlos Nelson Coutinho

2. TRABALHO E CAPITALISMO, ANTES E APÓS O DESMANCHE

O trabalho precário nos Estados Unidos

Arne L. Kalleberg

Trabalho e regresso: entre desregulação e re-regulação

Leonardo Mello e Silva

Política e arte na verdade e na ficção do trabalho: elementos para uma comparação história entre o Oriente socialista e o Ocidente capitalista

Yves Cohen

Capitalismo financeiro, estado de emergência econômico e hegemonia às avessas no Brasil

Leda Maria Paulani

3. CULTURA, CIDADE E SERVIDÃO FINANCEIRA

A cultura da servidão financeira: uma leitura às avessas

Maria Elisa Cevasco

Moedas e moedeiros (e um pintor na contramão)

Luiz Renato Martins

A renda da forma na arquitetura da era financeira

Pedro Fiori Arantes

Cidades para poucos ou para todos? Impasses da democratização das cidades no Brasil e os riscos de um “urbanismo às avessas”

João Sette Whitaker Ferreira

Verde, amarelo, azul e branco: o fetiche de uma mercadoria ou seu segredo

Cibele Rizek

4. AMÉRICA LATINA E ÁFRICA DO SUL NA ENCRUZILHADA

A teoria da conjuntura e a crise contemporânea

Carlos Eduardo Martins

Construindo a hegemonia na América Latina: democracia e livre mercado, associações empresariais e sistema financeiro

Ary Cesar Minella

Que tipo de liderança é Chávez?

Gilberto Maringoni

A desorientação do “Estado desenvolvimentista” na África do Sul

Patrick Bond

Do apartheid ao neoliberalismo

José Luís Cabaço

5. O SOCIALISMO APÓS O DESMANCHE

Reencontrando o comunismo da emancipação

Álvaro Bianchi

Política como práxis: Hegemonia às avessas, um exercício teórico

Wolfgang Leo Maar

O avesso do avesso

Francisco de Oliveira

Sobre os organizadores

Francisco de Oliveira, professor titular aposentado de Sociologia da USP, é autor de extensa obra, da qual destacamos Noiva da revolução: elegia para uma re(li)gião (São Paulo, Boitempo, 2008), Crítica à razão dualista: o ornitorrinco (São Paulo, Boitempo, 2003) e Os direitos do antivalor: a economia política da hegemonia imperfeita (Petrópolis, Vozes, 1998).

Ruy Braga, professor do Departamento de Sociologia da USP e diretor do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (Cenedic) da USP, é autor, entre outros livros, de Por uma sociologia pública (São Paulo, Alameda, 2009), em coautoria com Michael Burawoy, e A nostalgia do fordismo: modernização e crise na teoria da sociedade salarial (São Paulo, Xamã, 2003).

Cibele Rizek, mestre em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), doutora em Sociologia pela USP e livre-docente pela mesma instituição, é professora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos – USP. Coorganizadora dos livros A era da indeterminação (São Paulo, Boitempo, 2007) e France/Brésil: politiques de la question sociale (Caen, Presses Universitaires de Caen, 2000).

Ficha técnica

Título: Hegemonia às avessas

Subtítulo: Economia, política e cultura na era da servidão financeira

Organizadores: Francisco de Oliveira, Ruy Braga e Cibele Rizek

Orelha: André Singer
Páginas: 400
Preço: R$ 48,00
ISBN: 978-85-7559-164-2
Editora: Boitempo (Coleção Estado de Sítio)

Boitempo Editorial
www.boitempoeditorial.com.br
Blog - http://boitempoeditorial.wordpress.com

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