“Normas para evitar tragédias
existem, faltam bombeiros para cobrar”
Superintendente do Comitê
Brasileiro de Segurança Contra Incêndio diz que governos precisam aumentar
número de responsáveis por fiscalização em todo o País
iG São Paulo | 28/01/2013 17:27:13
A Norma Técnica 9077, que
estabelece regras sobre quantidade, medidas, equipamentos e distâncias exatas
de saídas de emergência para qualquer estabelecimento, tem 36 páginas. No
papel, há mais 63 normas detalhando itens de segurança contra incêncio como
plano de emergência, formação da brigada, chuveiros, portas corta-fogo e barras
antipânico para evitar tragédias como a deste domingo em Santa Maria , no Rio
Grande do Sul. “Conhecimento há, falta gente para cobrar”, diz José Carlos
Tomina, superintendente do Comitê Brasileiro de Segurança Contra Incêndios que
estabelece cada uma das regras.
Veja também:
Como aconteceu o incêndio em
Santa Maria
Saiba quem são as vítimas da
tragédia no Rio Grande do Sul
O grupo discute quinzenalmente
procedimentos para evitar vítimas como as da boate Kiss. Cada município ou
Estado decide se torna as normas leis para emitir o alvará que permite a
abertura e funcionamento de estabelecimentos comerciais e residenciais. Após a
tragédia, a criação de uma legislação nacional passou a ser defendida .
“A gente espera que as
prefeituras adotem e exijam as normas, mas para isso precisaria haver bombeiros
para fiscalizar”, afirma o especialista. Segundo ele, apenas 11% dos municípios
brasileiros têm bombeiros e a proporção por habitantes é de um para cada 5 mil
pessoas, enquanto o certo seria haver um para cada mil.
“No caso de Santa Maria havia
bombeiros, mas não era possível fazer mais nada depois do fogo. Os bombeiros
precisariam ter atuado antes. Pelo tamanho da tragédia fica claro que houve
negligência e soma de problemas que poderiam ser vistos com antecedência”, diz.
Por ano, 200 mil incêndios
Tomina afirma que não há
estatísticas sobre a quantidade ou porcentual de estabelecimentos que atendem
às exigências, porém o número de incêndios dá indícios de que a prevenção é
baixa. Por ano, os bombeiros atendem 200 mil chamados para apagar fogo. “São
ocorrências grandes, que levam ao deslocamento de viaturas. A maioria não
ficamos nem sabendo.”
Para ele, os municípios podem adotar
bombeiros civis para agilizar o aumento do número de profissionais atuando no
combate a incêndios. “É uma iniciativa que já existe em cidades como Joinville
(Santa Catarina). Há décadas o Brasil está estagnado na proporção de bombeiros
estaduais e essa é uma medida que aceleraria o processo e precisa ser
incentivada financeiramente pelo governo federal.”
http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/estado/rs/2013-01-28/normas-para-evitar-tragedias-existem-faltam-bombeiros-para-cobrar.html
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