segunda-feira, 25 de agosto de 2008
MINA DE TÂNTALO NA AMAZÔNIA - 1
Maior mina de tântalo do mundo fica na Amazônia
Pitinga produz 89 mil toneladas de minério estratégico para as indústrias eletroeletrônica, automotiva e de equipamentos médicos.
Minério de tântalo, riqueza nacional, sai da Amazônia
ROCÍO LUNA
MONTEZUMA CRUZ
montezuma@agenciaamazonia.com.br
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BRASÍLIA – Fica em Pitinga, no município de Presidente Figueiredo (AM), a maior mina de tântalo conhecida no mundo. Produz 89 mil toneladas (t) de óxido de tântalo de alta pureza. Esse minério estratégico vem atendendo atualmente à crescente demanda, em torno de 10% por ano. Segundo relatório do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o consumo mundial de óxido de tântalo já alcança mais de 2,6 mil toneladas. Considerando-se que cada tonelada desse óxido contém 820 quilos de tântalo, o consumo mundial corresponde a mais de 2,13 t.
Situada a 130 quilômetros de Manaus, Pitinga pertence ao grupo Paranapanema, controlador da Mineração Taboca, que lavra e concentra minério de estanho, nióbio e tântalo. Cerca de 60% do uso total do tântalo é na forma de pó metálico, para a fabricação de capacitores que regulam o fluxo de eletricidade nos circuitos integrados da indústria eletrônica, principalmente em telefones celulares, laptop, câmeras e vídeos. Indústrias automobilística e equipamentos médicos são outras grandes consumidoras.
Esse minério é também usado em superligas para fabricação de produtos laminados e fios, resistentes à corrosão e a altas temperaturas; em lâminas de turbinas para indústria aeronáutica. Na condição de carbeto (TaC) é usado em ferramentas de corte.
Paranapanema ampliou equipamentos em Pitinga para explorar rocha bruta /CNEN
Segundo a Mineral Commodity Summaries (2007) os números referentes ao mercado americano mostram leve crescimento no consumo interno de tântalo de três anos para cá. Em 2006 houve um consumo aparente de 695 t. Cerca de 30% deste valor foram obtidos por reciclagem de sucatas. A mesma publicação mostra que as importações de concentrados caíram mais de 20% e as importações de outros produtos de tântalo decresceram em mais de 3%. Principais fornecedores: Austrália, Canadá, China e Japão. As exportações americanas tiveram como principais clientes o Brasil, Bélgica, China e Holanda.
O valor do tântalo consumido nos Estados Unidos em 2006 foi estimado em US$ 164 milhões. Em 2006 a produção de Pitinga apresentou um decréscimo de 8,9 %. Passou de 214 t de Ta2O5 produzidas em 2005, para 195 t, resultante da produção de concentrado de columbita-tantalita que totalizou 4.874 t.
Estimando-se uma produção garimpeira clandestina de aproximadamente 20 t para o ano, obteve-se 215 t, que representa um decréscimo de 18,6% em relação ao ano anterior. Mesmo com esta queda de produção o Brasil ainda manteve com folga a sua segunda colocação, conquistando17% do mercado mundial em 2006.
Toda a produção de concentrado de columbita - tantalita dessa mina foi destinada à elaboração da liga FeNbTa, que totalizou no ano 1.761 t. Mas o Brasil importa produtos industrializados de tântalo, principalmente condensadores que somaram 65 t ao preço de US$ 22,8 milhões. Principais fornecedores: Taiwan, Hong Kong, Coréia do Sul, Suécia e Estados Unidos. Para os bens primários de minérios de nióbio, tântalo ou vanádio, segundo boletim da Secretaria de Comércio Exterior, o ano de 2006 apresentou a quantidade de 301 t, que somaram US$ 1,9 milhão.
Esses minérios foram fornecidos pelos Estados Unidos e África do Sul. Os números englobam em um só código os minérios de nióbio, tântalo e vanádio. Assim, esses valores devem ser tomados com ressalvas. Os valores médios de importação destes três bens minerais no período de 2004 a 2006 foram de 1.869 t , a um custo médio anual de US$ 59.3 milhões, valor que cresceu em relação ao período de 2003 a 2005 que somou US$ 40,2 milhões.
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