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domingo, 28 de dezembro de 2008

SARKOZY


Para o presidente ler e meditar

SARKOZY VEIO FAZER LOBBY PARA A INDÚSTRIA MILITAR

Foi uma surpresa quando o presidente da França anunciou que passaria o Natal e o Ano Novo no Brasil. Os que conhecem o mundo e sabem analisar os fatos, procuraram uma explicação.

Nunca um presidente da França veio ao Brasil numa data como essa ou outra qualquer. Nosso relacionamento presidencial com a França, foi pejorativo.

Na questão das lagostas (assim ficou conhecido), o presidente De Gaulle foi fulminante e decisivo: "O Brasil não é um País sério".

Agora, tantos e tantos anos depois, podemos dizer, sem espírito de vingança ou de represália, mas rigorosamente dentro dos fatos: “O senhor Sarkozy não é um presidente sério”.

Logo que chega aqui, ainda não estava nem hospedado, o principal assessor de Sarkozy disparava: “A Amazônia não é do Brasil, é do mundo”.

Além do lugar-comum, pois muita gente já falou a mesma coisa, Sarkozy foi mal-educado. Ele veio para uma data festiva, nenhuma ligação com a Amazônia. E o presidente deveria saber, que não entregaremos a Amazônia.

Se veio aqui para nos intimidar, perdeu seu tempo, podia ter voltado imediatamente. Ele devia ter vindo há meses, quando no Clube Militar houve o "Encontro dos Amazônidas".

Compreenderia e constataria então, que civis e militares têm a bravura cívica de defender a parte mais rica do nosso território. E aqui, nenhum "colaboracionista".

Mas Sarkozy não parou por aí, mostrando que sua viagem tinha mais de lobismo do que de diversionismo. Como ninguém respondeu à sua provocação, surgiu com outra, "persuasiva".

Essa segunda intervenção do presidente da França, veio esclarecer a primeira, sobre a Amazônia. Sua afirmação: "O Brasil, suficientemente armado é garantia de paz no mundo".

Ora, a paz no mundo não depende do Brasil, da França ou até mesmo dos EUA. Depois de governar os EUA por 8 anos, o general-presidente Eisenhower fez a frase que não se esperava dele.

Foi elucidativo? Totalmente: "Agora eu sei que o mundo é dominado pelo complexo industrial militar". É esse complexo que produz as guerras e destrói a paz. Isso não depende do Brasil armado.
Lula deveria ter respondido imediatamente a Sarkozy:

"O Brasil defende a paz, não armada, mas desarmada, e sem lobistas passeando pelo mundo". Lula ficou calado. Sentindo-se vitorioso, Sarkozy ligou esse "acordo-lobístico-armado", com a Amazônia. Aceitando essa dádiva miserável de 26 bilhões de reais, (numa época de trilhões) Lula ainda passou recibo.

E disse: "Esse acordo vai ajudar o Brasil a tomar conta da Amazônia e proteger o nosso petróleo".

O presidente Lula dava a impressão de que pretendia ultrapassar o presidente da França, em matéria de bobagem e vulgaridade. 26 bilhões apenas?

E apesar de bem informados, os brasileiros não sabiam que o nosso petróleo estava ameaçado. Quer dizer, ameaçado pelas péssimas administrações e pelo esbanjamento das receitas.

Quanto à Amazônia, podem vir aqui quantos presidentes quiserem, que não nos expulsarão de lá. Sarkozy é que devia ser expulso. Arrogante, primário, lobista, da extrema direita, fingindo que é do centro.
Helio Fernandes - Tribuna da Imprensa - On line - 27/12/2008
http://www.tribunadaimprensa.com.br/

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