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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

FICHA LIMPA MUNICIPAL - RIO BONITO - VEREADOR


A Câmara Municipal de Rio Bonito, na sua última reunião ordinária da terceira sessão legislativa, em 15/12/2011, aprovou PL - Projeto de Lei de iniciativa do Vereador Aliezio Nunes de Mendonça tratando da "Ficha Limpa Municipal", a exemplo de muitos municípios brasileiros.
Este movimento ganhou força a partir da entrada em vigor da lei complementar federal 135/2010 que o STF enrola a ponto de ter-se o risco de não dar mais tempo de ser usada contra os maus políticos ainda nesta eleição para vereadores e prefeitos.

Abaixo segue o texto da lei aprovada, que seguiu para sanção do Prefeito Mandiocão:

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CÂMARA MUNICIPAL DE RIO BONITO
Vereador Aliezio Nunes de Mendonça

Projeto de Lei n° 056, de .............. de ................................... de 2011.

LEI N° ____, DE ____ DE ____________________ DE 2011.

         A Câmara Municipal de Rio Bonito aprovou, e eu, Prefeito do Município de Rio Bonito, sanciono, a seguinte Lei:

         Art. 1° – Esta Lei, cognominada “Lei da Ficha Limpa Municipal”, estabelece critérios para o provimento de cargos de comissão e funções gratificadas com o intuito de proteger a moralidade administrativa, evitar o abuso do poder econômico e político, aplicando-se de forma complementar aos demais critérios gerais e especiais de provimento estabelecidos nas legislações municipal, estadual e federal.

         Art. 2º – Fica vedada a nomeação para cargos em comissão ou função gratificada, no âmbito dos órgãos do Poder Executivo e Legislativo do Município de Rio Bonito, de cidadãos enquadrados nas seguintes hipóteses:

         I – os que tenham contra si julgada procedente representação formulada perante a Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou político, desde a decisão até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos;

         II – os condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes:

         a) contra a economia popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público;
         b) contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e os previstos na lei que regula a falência;
         c) contra o meio ambiente e a saúde pública;
         d) eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade;
         e) de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública;
         f) de lavagem ou ocultação de bens, direitos e valores;
         g) de tráfico de entorpecentes e drogas afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos;
         h) de redução à condição análoga à de escravo;
         i) contra a vida e a dignidade sexual;
         j) praticados por organização criminosa, quadrilha ou bando;

         III – os declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, pelo prazo de 8 (oito) anos;

         IV – os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou fundacional, que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, desde a decisão até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos;

         V – os condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação do registro ou do diploma, desde a decisão até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos;

         VI – os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da pena;

         VII – os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado ou suspenso pelo Poder Judiciário;

         VIII – os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário ou pela própria Administração;

         IX – os servidores do Poder Executivo e Legislativo, que forem aposentados compulsoriamente por decisão sancionatória, e que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo de 8 (oito) anos.

         Parágrafo único: A vedação prevista no inciso II do artigo antecedente não se aplica aos crimes culposos, àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes de ação penal privada.

         Art. 3° – Todos os atos efetuados em desobediência às vedações previstas nesta Lei serão considerados nulos a partir da entrada em vigor desta Lei.

         Art. 4° – Caberá ao Poder Executivo Municipal e ao Poder Legislativo, de forma individualizada, a fiscalização de seus atos em obediência a presente lei, com a possibilidade de requerer aos órgãos competentes informações e documentos que entenderem necessários para o cumprimento de suas disposições.

         Art. 5° – O nomeado ou designado para cargo em comissão ou função gratificada, obrigatoriamente antes da investidura, terá ciência das restrições aqui previstas, devendo declarar, por escrito, sob as penas da lei, não se encontrar inserido nas vedações do art. 1°.

         Art. 6° – As autoridades competentes, dentro do prazo de 90 (noventa) dias, contados da publicação da Lei, promoverão a exoneração dos ocupantes de cargos de provimento em comissão ou função gratificada que se enquadrem nas situações previstas no art. 1°, sob pena de responsabilidade.

         Parágrafo único: Os atos de exoneração produzirão efeitos a contar de suas respectivas publicações.

         Art. 7° – As denúncias de descumprimento da presente Lei poderão ser formuladas por qualquer pessoa, por escrito ou verbalmente, caso em que deverão ser reduzidas a termo, sendo vedado, todavia, o anonimato.

         § 1º – A denúncia deverá ser processada mesmo se vier desacompanhada de prova ou indicação da forma como obtê-la, não podendo ser desconsiderada em qualquer hipótese, salvo quando demonstrada de plano sua inveracidade, ou quando de má-fé o denunciante;

         § 2º – Encaminhada a denúncia para funcionário incompetente para conhecê-la, esta será imediatamente enviada para a autoridade competente, sob pena de responsabilidade;

         § 3º – A autoridade que não tomar as providências cabíveis, ou, de qualquer forma, frustrar a aplicação das disposições da presente lei, responderá pelo ato na forma da legislação municipal.

         Art. 8º – A apuração administrativa a que se refere o art. 7º não excluirá a atuação do Ministério Público, das autoridades policiais e demais legitimados para o questionamento do ato respectivo.

         Art. 9° – Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação.

         Art. 10 -  Revogam-se as disposições em contrário.

         Sala das Sessões, 25 de outubro de 2011. 
* Aprovado em 15/12/2011 em Reunião Ordinária.


Um comentário:

  1. Por que será que os vereadores de Maricá não têm coragem para apresentar um projeto igual?
    Trocam mais de partido do que muitos de cueca.
    Paulo Maurício depois da traição continuará com seu mandato?
    A Justiça neste contexto pode ajudar a moralizar as relações político-partidárias nos municípios?
    São perguntas necessárias que não me dixam calar, e preciso de respostas, aliás, toda a população.

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