Fwd:
Universidades do RJ se manifestam em defesa da restinga de Maricá
Restinga de Maricá
restingamarica
17:55
4 anexos (total de 1410,4 KB)
moção UFF assinada pdf.pdf
Exibir online
moção UFRJ.pdf
Exibir online
www.consuni.ufrj.br_images_Mocoes_Moção_em_defesa_Restinga_de_Maricá.pdf
Exibir online
moção Maricá UERJ FFP.doc
Exibir online
As Universidades públicas mais renomadas do Rio de Janeiro
assinaram manifestações institucionais em defesa dos pescadores e da restinga
da Área de Preservação Ambiental de Maricá de Maricá. Estas condenam o uso
urbano da localidade liberados pelos zoneamentos estadual e municipal e propõem
a sua transformação em área de domínio público de forma que assegure a
permanência das atividades de pesquisa que tiveram início nos anos 1950, se
consolidaram no final de 1970 e permanecem até hoje. É a restinga com o maior
número de trabalhos acadêmicos no país e um verdadeiro campus vicinal das
universidades do Estado do Rio de Janeiro,
---------------------------------------------------------
<iframe src='https://onedrive.live.com/embed?cid=8D7A2F99A1D746EE&resid=8D7A2F99A1D746EE%21327&authkey=ABWifc0Kqy8Pzs4&em=2&wdStartOn=1'
width='476px' height='288px' frameborder='0'>Este é um documento do <a
target='_blank' href='http://office.com'>Microsoft Office</a> incorporado,
da plataforma <a target='_blank' href='http://office.com/webapps'>Office
Online</a>.</iframe>
<iframe
src='https://onedrive.live.com/embed?cid=8D7A2F99A1D746EE&resid=8D7A2F99A1D746EE%21331&authkey=AP8DpIlH_i0B_B4&em=2&wdStartOn=1'
width='476px' height='288px' frameborder='0'>Este é um documento do <a
target='_blank' href='http://office.com'>Microsoft Office</a>
incorporado, da plataforma <a target='_blank'
href='http://office.com/webapps'>Office Online</a>.</iframe>
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO
CONSELHO UNIVERSITÁRIO
MOÇÃO EM DEFESA DA ÁREA DE
PROTEÇÃO AMBIENTAL DA RESTINGA DE MARICÁ E DA COMUNIDADE PESQUEIRA DE ZACARIAS
A Universidade Federal do Rio de
Janeiro, através do seu Conselho Universitário, em sua sessão de 14 de agosto
de 2014, vem manifestar que a Área de Proteção Ambiental de Maricá é um valioso
patrimônio científico, cultural e ambiental da sociedade brasileira e por isto
todo o seu espaço, inclusive a Comunidade Pesqueira de Zacarias e seu
respectivo território, o ecossistema e as áreas de interesse para a pesquisa
acadêmica devem ser totalmente preservados obedecendo aos dispositivos
Constitucionais e demais bases legais. Qualquer intervenção de uso urbano será
de imenso prejuízo para toda a comunidade científica, bem como um crime contra
o povoado tradicional ali presente e ao ambiente. A APA deve ser de domínio
público e recategorizada em Unidades de Conservação que protejam com
responsabilidade os patrimônios ali presentes e proporcione garantias de
proteção integral do ecossistema, das espécies raras e endêmicas, das investigações
acadêmicas em curso e das práticas tradicionais pesqueiras.
Carlos Antonio Levi da Conceição
Reitor
<iframe src='https://onedrive.live.com/embed?cid=8D7A2F99A1D746EE&resid=8D7A2F99A1D746EE%21334&authkey=AKWvNjYyJiN1_7Y&em=2&wdStartOn=1'
width='476px' height='288px' frameborder='0'>Este é um documento do <a
target='_blank' href='http://office.com'>Microsoft Office</a> incorporado,
da plataforma <a target='_blank' href='http://office.com/webapps'>Office
Online</a>.</iframe>
Moção
da Faculdade de Formação de Professores
da
Universidade do Estado do Rio de Janeiro em apoio à defesa da Comunidade
Pesqueira de Zacarias e da Restinga da
Área
de Proteção Ambiental de Maricá
Declaramos que a Faculdade de Formação
de Professores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro realiza pesquisas na
Área de Proteção Ambiental de Maricá desde a década de 1990 nos seguintes
campos do conhecimento: Botânica, Zoologia, Educação Ambiental,
Geologia-geomorfologia, Biogeografia, Antropologia, Geografia Econômica e
Socioambiental e Geoprocessamento. Os Grupos de Pesquisa envolvidos são dos
Departamentos de Ciências Biológicas, Ciências Humanas e Geografia em
cooperação interdepartamental e com instituições nacionais como o Museu
Nacional – UFRJ e Lagemar – UFF e internacionais.
Nestes anos as atividades dos professores e alunos contaram com recursos
para bolsas de graduação, mestrado e doutorado, equipamentos, serviços e
materiais das agências de fomento à pesquisa como CNPq-MCT, CAPES, FAPERJ e da própria UERJ.
Esta área foi escolhida pela comunidade
científica fluminense como um importante objeto de pesquisa por pesquisadores
de diversas áreas do conhecimento. Nas ciências humanas, por abrigar uma
comunidade pesqueira artesanal, presente na localidade desde o século XVIII
numa interação profunda com o sistema lagunar e o ambiente da restinga.
Realizam a original “Pesca de Galho” patrimônio Imaterial a ser protegido pelo
IPHAN. Há muitas décadas essa comunidade luta contra a sua expulsão pelas
tentativas de implantação de grandes empreendimentos imobiliários-turísticos.
Já nas ciências naturais, a escolha dessa área de restinga se deve por
apresentar um ecossistema com alta biodiversidade e uma estrutura física
sustentada por dois cordões arenosos bem separados. Tal fato permitiu a
formação de vários micro-ambientes, distribuídos de forma bastante nítida e
didática, perfeitos para as atividades de ensino e produção do conhecimento.
Nos anos de 1980 tiveram início
nesta localidade os primeiros estudos brasileiros de longo prazo em restingas
nas áreas de zoologia e botânica.
Diversos tipos botânicos e mais de cinquenta novas espécies animais
foram ali descobertos durantes as últimas décadas, o que a caracteriza como uma
importante referência nacional nos estudos biológicos e uma fronteira de
conhecimento sobre o Bioma Mata Atlântica.
Nesta Unidade de Conservação foram identificados sítios históricos e
arqueológicos, dunas raras, locais de pouso de aves migratórias, nichos de
nidificação, brejos de reprodução da fauna lagunar e marinha e espécies da
flora e da fauna, raras, ameaçadas de extinção e endêmicas. Damos destaque para
as dezenove espécies endêmicas para a restinga de Maricá: quatorze insetos,
duas plantas, um peixe anual, uma aranha e um mamífero. Habitam ali também
espécies endêmicas das restingas fluminenses como o lagarto da cauda verde, a
lagartixa de areia, a borboleta da praia e o único sapo do mundo que se
alimenta e dispersa frutos.
Entre as investigações elaboradas podemos apontar a “Avaliação
Bibliográfica dos trabalhos científicos produzidos sobre a APA de Maricá entre
1980 e 2010”, realizada de forma articulada por professores e alunos dos
Departamentos de Geografia e Ciências Biológicas. Para o período foram
tabulados 261 trabalhos científicos com evidência para: 20 capítulos de livros,
76 artigos apresentados em eventos científicos nacionais e internacionais, 69
artigos publicados em revistas científicas nacionais e internacionais, sendo um
na renomada revista americana Science,
24 monografias de graduação e pós-graduação, 37 dissertações de mestrado, 19
teses de doutorado e o livro “Gente das Areias: história, meio ambiente e
sociedade no litoral brasileiro - Maricá RJ 1975 a 1995”, de Marco Antonio
Mello e Arno Vogel. A sua importância não pode ser avaliada somente pelo volume
de trabalhos, mas pela qualidade e repercussão nacional e internacional.
Nenhuma área do litoral brasileiro concentra tal quantidade de pesquisas e,
sobretudo dissertações de mestrado e teses de doutorado defendidas aqui e no
exterior, nas diferentes áreas do conhecimento, o que lhe confere o título da
restinga com o maior número de trabalhos científicos no país.
Apenas para citar um dos muitos estudos realizados no litoral em questão
por um professor da FFP, em 2011, a partir de pesquisas desenvolvidas em toda a
extensão da restinga, foi defendida uma tese de doutorado que desenvolveu um
novo modelo contendo as diversas etapas que marcaram a evolução geológica da
costa fluminense, com a identificação das sequências costeiras formadas em
decorrência de eventos alternados de deposição e erosão ao longo dos últimos
milhares de anos. Para tanto, foram necessários convênios com laboratórios de
várias instituições, o uso de equipamentos e pessoal do CENPES-Petrobras em
regime de colaboração, e universidades estrangeiras por meio do qual foram
feitas datações de materiais, com financiamento da FAPERJ. Esta investigação só
foi possível por se tratar de um trecho do litoral não urbanizado e colocou a
área em questão no centro de referência dos novos estudos
geológicos-geomorfológico, e até mesmo geofísicos, sobre a área costeira
fluminense.
Assim, além do
valor cultural, ambiental, histórico e arqueológico, a APA de Maricá possui
inestimável valor científico, logo, protegida pelo artigo 268 da Constituição
Estadual do Rio de Janeiro onde as “áreas de Interesse Científico são Áreas de
Preservação Permanente”. Qualquer projeto de urbanização, imobiliário,
turístico, comercial ou de serviços irá afetar profundamente, direta e
indiretamente, tanto a tricentenária comunidade pesqueira, como o ecossistema e
os sítios históricos e arqueológicos, trazendo prejuízos irreversíveis às
pesquisas ali desenvolvidas há muitos anos e que envolve centenas de
professores-pesquisadores, mestrandos e doutorandos. Enfim, o uso urbano é
incompatível com a pesca artesanal tradicional, com a preservação de um
ecossistema original de alta biodiversidade e o uso científico já realizado pelas
universidades mais renomadas do nosso estado. Seus atributos apontam para a
necessidade de tornar toda a APA de Maricá de domínio público e a
recategorizá-la em Unidades de Conservação que protejam com responsabilidade os
patrimônios ali presentes e proporcione garantias de proteção integral do
ecossistema, das espécies raras e endêmicas, das investigações acadêmicas em
curso e das práticas tradicionais pesqueiras.
---------------------------------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não permitimos injúria, calúnia ou difamação nos comentários. A moderação será usada apenas nestes casos. Agradecemos a colaboração dos usuários.
O comentário não representa a opinião do blog, a responsabilidade é do autor da mensagem.