Maricá - Consulta pública
pretende discutir a destinação da área da restinga de Maricá.
As secretarias municipais de
Turismo e Lazer, e Urbanismo e Ambiente, convocaram os interessados a participarem das
consultas públicas sobre a criação do complexo turístico na Restinga de Maricá
(entre Barra de Maricá, Zacarias e Jardim Atlântico). As convocações marcaram
as datas, coincidindo com os lançamentos das candidaturas a prefeitos, para o
dia 12/07, na Via 1 (antigo Botequim do Meu Cumpadi), no Jardim Atlântico
(Itaipuaçu), e dia 19/07, no Colégio Cenecista (Rua Barão de Inoã, Centro).
O projeto de iniciativa privada e
conta com a simpatia dos governos do Estado e do Município, mantendo influencia
sobre os seus órgãos subordinados, e consiste na construção de complexos imobiliários
travestidos de “resorts”. A instituição de uma área de preservação permanente
da restinga dentro da Fazenda São Bento da Lagoa foi proposta mas não atende a
legislação vigente e fere a APA (Área de Proteção Ambiental) levada a cabo no
governo de Leonel Brizola. As reservas contínuas mesmo propostas em dobro do
tamanho do anterior projeto (2007) não resolve a questão maior que é ambiental.
O INEA, subordinado ao governo Cabral (PMDB), e a Secretaria Municipal de Meio
Ambiente, subordinada ao governo Quaquá (PT), nada fazem para que as leis
ambientais sejam respeitadas. O COMDEMA, Conselho Municipal de Meio Ambiente de
Maricá, é controlado e aviltado pelo governo municipal, sendo inócuo e
ineficaz, pois tem metade de seus membros participantes representando o próprio
governo que nada quer impedir as agressões ambientais. Usam pescadores da
Zacarias como vitrine para formação de opinião favorável ao empreendimento,
quando na verdade escondem também as centenas de invasões aos locais “non
aedificandi”. São dezenas de famílias antigas no local, mas a maioria,
centenas, são de invasores, ocupações ilegais que a Ampla colocou energia
elétrica para facilitar e fixá-los, numa ação bem orquestrada pelos
interessados em empreendimentos imobiliários, os barões da terra. Não pode
haver fomento da economia pesqueira com uma lagoa poluída, e que ficará mais
poluída quando os dejetos dos “resorts” e “condomínios de aparts hotéis”
ficarem prontos.
Os bagres ainda resistem, apesar
de algumas espécies estarem desaparecendo, como o “bagre mandi”, “bagre
papo-amarelo”, “bagre sebo”, só se encontrando o “bagre veludo”. O acará está
em extinção também pela poluição crescente e pela invasão de tilápias
predadoras. O peixe reis, o barrigudinho, e a savelha sumiram há muito
consumidas pela poluição da lagoa. Restam robaletes, paratis e tainhas que
dependem da entrada (e saída) pelo canal da Ponta Negra que não é fiscalizado e
predadores humanos (bípedes portadores de maionese alcoólica) se aproveitam
para colocarem redes na água nas passagens dos peixes e assim faturarem
ilegalmente. Governos omissos. Omissos até onde interessa, pois para cobrar laudêmios passa a ser área da União e o SPU é o órgão que guarda em suas gavetas as plantas e croquis forjados em 1930, mas quando o interesse político é maior (R$) esta área fica afeta ao Estado e o IBAMA se omite também. São dirigentes, agentes, que não se importam de depois lavarem as mãos nas águas sujas e poluídas da lagoa, como "os pilatos sustentáveis". E por tudo isso voltamos a bater na tecla de implantação na restinga do campo de energia eólica e solar. A eleição está próxima, o atual prefeito (PT) é a favor da ocupação pelos "resorts e condomínios de apart-hotéis", e da mesma forma o ex-prefeito (PMDB) e ex-secretário de obras do desgoverno E. Muniz. Tudo farinha do mesmo saco. Jardins são campos de golf, vegetação nativa é área de estação de esgoto, fossas, sumidouros, e para futuras ocupações (comer o mingau pelas beiradas), ocupação em primeiro plano de 6,3% de uma área de oito milhões de metros quadrados (façam as contas), 16% de um total de oito milhões de metros quadrados para darem escrituras (?) a posseiros, mais shopping, mais clubes (privê-só deles), mais comércios e serviços. Mentem sobre os 84% nunca livres.
Fotos - legendas, na ordem:
1) IDB-2012 - projeto atual;
2) IDB- projeto anterior;
3) Greenpeace - luta pela sustentabilidade;
4) Áreas protegidas municipais - RJ;
5) Minc - autorizando Belo Monte;
6) Hotel abandonado há anos, em Almeria, Espanha, dano ambiental;
7) Hotel abandonado em Algarrobico, Espanha, no Parque Natural do
Cabo de Gata, considerado dano ambiental - e as empresas por isso fogem da Espanha e Portugal e vêm para a "Terra à Vista" dos caciques
Cabral e Quaquá.
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